Os indicadores de criminalidade divulgados pela Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS) mostram que 46 pessoas foram vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) em Passo Fundo de janeiro a novembro de 2024. Em dezembro há registro de mais um caso até o dia 19, que deve entrar na próxima atualização dos dados.
A categoria inclui homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesão seguida de morte, entre outros crimes intencionais contra a vida.
O número de 2024 é 6% menor que o registrado no ano passado, quando Passo Fundo teve 49 vítimas de CVLI de janeiro a novembro.
Apesar da diferença no número de pessoas mortas, a cidade manteve o número de homicídios dolosos (42), com 42 vítimas. Em 2023, foram 42 crimes que terminaram com a morte de 44 pessoas.
O ano de 2024 — até 19 de dezembro — também não teve casos de latrocínio, enquanto em 2023 houve um caso. Chama a atenção a redução no registro de furtos, roubos e estelionato, enquanto cresceu o número de delitos relacionados a armas e munições (veja a comparação abaixo).
De olho nos dados
O mês de janeiro foi o mais violento, com oito mortes em Passo Fundo, seguindo a tendência estadual de 229 vítimas de CVLI, o recorde do ano até agora. Até novembro de 2024, o Rio Grande do Sul teve 1.550 mortes por crimes violentos, enquanto em 2023 o número foi de 1.838 de janeiro a novembro.
Depois de janeiro, os meses mais violentos em Passo Fundo foram agosto e novembro, com sete homicídios cada. E, ao longo do ano, a Brigada Militar apreendeu 150 armas, a maior apreensão dos últimos cinco anos:
- 2019 — 71 armas
- 2020 — 105 armas
- 2021 — 105 armas
- 2022 — 104 armas
- 2023 — 100 armas
- 2024 — 150 armas (até novembro)
— O objetivo é chegar nos locais onde há maior incidência de crimes. Temos um sistema que aponta essas localizações, conforme os casos vão acontecendo. Pelo menos metade das ocorrências envolvem questões familiares e brigas entre vizinhos, que são imprevisíveis. Também temos muitas mortes por drogas como, por exemplo, usuários que não pagam dívidas — disse o tenente-coronel Marcelo Rovani, comandante do 3º Regimento de Polícia Montada (3° RPMon).
Conforme o delegado regional da Polícia Civil de Passo Fundo, Adroaldo Schenkel, a diminuição dos indicadores de furtos e roubos, por exemplo, é resultado da integração entre os órgãos de segurança pública.
Segundo ele, são realizadas reuniões periódicas entre as chefias da Polícia Civil e do preventivo da Brigada Militar. Além disso, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) soluciona cerca de 80% dos casos, um índice considerado alto.
— Assim que chega a notícia de um homicídio, há uma equipe 24h por dia para ir no local fazer os levantamentos, ouvir as testemunhas e dar os encaminhamentos. Essa elucidação de rápida resposta, normalmente com prisão dos autores, também faz com que esses números reduzam — explica.