
O município de Carazinho, no norte gaúcho, tem 123 casos confirmados de febre chikungunya, conforme boletim epidemiológico emitido pela Secretaria Municipal de Saúde nesta segunda-feira (14). A cidade teve a primeira morte pela doença na história do RS e lidera o ranking das cidades gaúchas com mais registros da doença.
Além dos casos confirmados, 69 amostras estão em análise no Laboratório Central (Lacen) e 65 casos seguem em investigação da Secretaria Estadual de Saúde (SES-RS). Oito pacientes estão em fase de viremia, o período em que o vírus circula no sangue.
Diante do surto, a prefeitura de Carazinho intensificou as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Agentes de endemias iniciaram a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI) e às 17h acontece a pulverização com inseticida de ultrabaixo volume (UBV) em bairros afetados.
Uma equipe do Estado deve reforçar as ações na terça (15), com nova aplicação de UBV e BRI. Na quarta (16), autoridades se reúnem para finalizar o Protocolo Municipal de Atendimento, com participação de médicos, profissionais da saúde e representantes de hospitais. No mesmo dia haverá conscientização no bairro Cantares e mais pulverizações.
O cronograma segue até sexta (18), com atendimento médico móvel na UPA no turno da noite. No sábado (19), a Farmácia Básica funcionará pela manhã. No feriado de segunda-feira (21), a UPA receberá a unidade móvel novamente.

Monitoramento contínuo
Conforme a secretária de Saúde de Carazinho, Carmen Santos, as Vigilâncias Epidemiológica e Ambiental monitoram casos suspeitos e positivos diariamente, enquanto agentes de endemias realizam visitas domiciliares para eliminar criadouros e aplicar larvicidas.
As equipes de saúde também orientam diariamente a população em postos e residências. Já a pulverização UBV depende das condições climáticas.
— Seguimos pedindo a colaboração da população, evitando água parada, o que é essencial para conter o avanço da doença — ressaltou a secretária.
Além de Carazinho, o município de Salvador das Missões, na Região Noroeste, possui 10 casos confirmados da doença, conforme a SES-RS.
Como identificar a febre chikungunya

Tanto a chikungunya quanto a dengue têm sintomas que se confundem, o que dificulta o diagnóstico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (14) o pedido para registro definitivo da vacina contra a chikungunya encaminhado pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa farmacêutica Valneva. Com isso, este é o primeiro imunizante a ser autorizado contra a doença do Brasil.
Entre os sintomas estão febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações de pés, mãos, dedos, tornozelos e pulsos também de início repentino e dores musculares. Veja a lista completa:
- Febre alta de início rápido
- Dores intensas nas articulações de pés, mãos, dedos, tornozelos e pulsos também de início repentino
- Edema (inchaço) nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa)
- Dor nas costas
- Dores musculares
- Manchas vermelhas pelo corpo
- Coceira na pele, que pode ser generalizada, ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas dos pés
- Dor de cabeça
- Dor atrás dos olhos
- Conjuntivite não-purulenta
- Náuseas e vômitos
- Dor de garganta
- Calafrios
- Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças)
O tratamento da chikungunya é feito de acordo com os sintomas. Até o momento, não há tratamento antiviral específico para a doença. A terapia utilizada é analgesia e suporte.
A principal forma de prevenção é combater a proliferação e circulação do mosquito Aedes aegypti. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual.