Por Nadja Hartmann, jornalista
São fortes os rumores de mais uma mudança no governo Pedro Almeida (PSD), que passados menos de três anos, já está muito diferente de como começou e até mesmo de como terminou o ano de 2022 — grande parte das alterações de titulares se deu nos oito meses deste ano.
Se os boatos se confirmarem, será a segunda mudança na Saúde, área que nas últimas semanas vem recebendo uma atenção especial do prefeito com inúmeras reuniões, até mesmo em função das críticas que vem recebendo diante do fracasso no combate à dengue no município e as reclamações quanto a falta de ambulâncias, entre outros problemas, como a crise das emergências dos hospitais.
Verdade seja dita, ao escolher o vice João Pedro Nunes (MDB) para o cargo, o prefeito deixou claro que estava nomeando alguém que poderia tirar a qualquer momento sem maiores sequelas. E isso deve acontecer em breve.
“Verniz” técnico
Nos corredores, o nome mais cotado é do ex-coordenador regional da Saúde, Luiz Fabricio Scheis, o que consolidaria de fato e de direito, a participação do PSDB no governo. Além disso, o nome dele corresponderia à tendência que já vem sendo notada de escolher nomes com “verniz” técnico mas que também atendem interesses políticos eleitorais.
Luiz Fabrício é advogado, com especialização em gestão de saúde pública, e já esteve à frente da Coordenadoria Regional da Saúde. Além disso, possui atuação política que vem de berço. É filho do ex-vereador do PDT, Luiz Miguel Scheis.
O que ainda o tutela para o cargo é o fato de ser bastante próximo do secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Mateus Wesp. Por outro lado, confirmada a mudança e a indicação, o MDB acaba perdendo ainda mais espaço no governo. Porém, essa parece não ser uma preocupação do prefeito... e nem do partido.
Consenso
Falando em PSDB, os tucanos de Passo Fundo realizam no próximo sábado (26), às 10h, a sua convenção municipal para eleição da nova executiva. Segundo o atual presidente, Rodrigo Borba, a eleição provavelmente será por consenso, sem nenhuma divergência.
Se assim for, ele deve colocar o seu nome à disposição para seguir na presidência. A nova executiva eleita terá como tarefa conduzir as articulações do partido nas eleições de 2024, na composição de uma coligação ou ainda com candidatura própria, possibilidade que confirmado o ingresso na atual administração, deve ser descartada.
Só aplausos
De repente e não mais do que de repente, a reforma administrativa encaminhada pelo Executivo municipal à Câmara passou a ser questionada até mesmo pelos vereadores da base.
Com a sessão de quarta-feira (23) lotada de servidores municipais, vereadores que na sessão anterior defenderam enfaticamente não só o projeto, mas também o regime de urgência, passaram a defender mais tempo para o debate.
O medo de vaias foi tanto que todos os vereadores acabaram jogando para a torcida, falando exatamente o que os servidores queriam ouvir e saíram aplaudidos da tribuna. Alguns, é claro, com mais entusiasmo que outros.
O único vaiado foi o presidente Alberi Grando (MDB) ao tentar manter a ordem da sessão, já que o regimento interno impede qualquer manifestação sonora, até mesmo aplausos.
A tarefa, agora, é garantir o tempo necessário para o debate atendendo o prazo do regime de urgência e, mais do que isso, garantir que parte das demandas da categoria seja atendida, o suficiente pelo menos para justificar o voto favorável dos vereadores da base sem tanto desgaste eleitoral. É a tal política de redução de danos...
Mandato regional
O deputado Luciano Azevedo (PSD) anunciou R$ 6,7 milhões para obras de infraestrutura em Passo Fundo, que irão ser investidos para asfaltamento e revitalização do Distrito Industrial de Invernadinha.
Além dos repasses federais provenientes do Ministério das Cidades, haverá contrapartida do município que irá garantir a pavimentação de quatro quilômetros para a ligação do Distrito à rodovia e área central.
Apesar de se denominar o “embaixador de Passo Fundo” em Brasília, Luciano consolida seu mandato como regional, atendendo dezenas de prefeitos e comitivas de todo o Estado em seu gabinete. Esta semana, ele acompanhou o prefeito de Chapada Gelson Scherer (PP) em uma audiência no Ministério de Minas e Energia. A pauta foi investimentos na área de energia eólica no município.
Alinhamento
Já nas votações que vem acontecendo no plenário, Luciano vem se posicionando bastante alinhado ao seu partido e ao voto da maioria da bancada gaúcha. Na votação do arcabouço fiscal, na última terça-feira (22), por exemplo, o deputado votou favorável ao primeiro bloco, que impediu que os gastos com o Fundeb e com o Fundo Constitucional ficassem limitados à nova regra fiscal.
Ele também foi contrário no segundo bloco, que abriria um espaço fiscal para o Executivo gastar até R$40 bilhões no ano que vem. Aliás, neste bloco, os parlamentares gaúchos votaram praticamente unânimes contra à proposta, inclusive, os do PT, como a deputada Reginete Bispo.
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