Seis alunos da Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, de Palmeira das Missões, estão no México desde o fim de semana para representar o RS na terceira maior mostra de ciência do mundo. Nesta semana, três trabalhos desenvolvidos pelos alunos serão apresentados na Milset Expo-Sciences International, que ocorre na cidade litorânea de Mazatlán.
As pesquisas trazem resultados de experimentos na área da agricultura feito por eles e têm oportunizado diversas viagens aos estudantes. Em maio, todos viajaram de avião pela primeira vez até Fortaleza (CE), na versão nacional da Expo Milset. Foi a aprovação neste evento que os selecionou para o evento internacional, que virou a estreia de todos no exterior.
— Vamos conhecer uma nova cultura, pessoas novas e novos ares. Ter a oportunidade de conversar com outras pessoas, estamos muito ansiosos — disse a estudante do segundo ano Viviane De Bortoli, 17 anos.
— O que mais me deixa curioso é a culinária e o clima. Nunca saí do Brasil, vai ser uma experiência muito diferente — relata o aludo do primeiro ano, Gabriel Volpato Faccin, 16.
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As viagens internacionais já se tornaram uma tradição da escola, que incentiva os trabalhos de iniciação cientifica. No currículo, já colecionam participações em mostras internacionais de países como Portugal, Inglaterra e Chile. Para este ano, a diferença entre a língua era uma das preocupações dos estudantes:
— Queremos aproveitar ao máximo esse novo lugar que iremos conhecer. Treinamos o básico do espanhol para a apresentação, esperamos que seja tranquilo — brinca o estudante do terceiro ano, Jean Carlo Oliveira Toledo, 17 anos.
Além do compromisso educacional, a turma ainda deve tirar um tempo para passear pelo país. Entre os destinos, o turismo geológico, como os vulcões, devem ser um dos locais visitados por eles.
As pesquisas
O primeiro trabalho traz uma alternativa de inseticida caseiro para combater pragas. Os alunos testaram como base do produto extratos de pimenta, alho e arruda. Nos testes, as três mostraram resultados positivos, e são uma alternativa ao uso de produtos químicos nas hortas.
Orientados pela professora Carine Meier, os alunos Jean Carlo Oliveira Toledo e Otávio Luís Thiel tiveram a ideia a partir de uma demanda de familiares, que sofriam com pragas em uma pequena estufa de tomates. Feito utilizando apenas um bater no liquidificador, o produto é uma alternativa de controle biológico de baixo custo.
— Parte das famílias são do meio rural, e uma das mães tinha percebido que a extração de tomate dedo de moça não tinha presença de insetos pragas. Então decidimos estudar e pesquisar outras plantas que tivesse essa presença inseticida para controle de pragas agrícolas — conta a professora.
Já os alunos Varlei Fonseca Pereira e Vivane de Bortoli utilizaram como base da pesquisa uma espécie que se desenvolve na água, a lemina minor. Ela seria uma alternativa para suplementação humana e animal, sendo também aliada para absorção dos componentes químicos da suinocultura.
— Testamos e fizemos experimentos em diferentes tipos de soluções para criar uma habitat para a lemina. Eles também utilizaram o chorume para ver se era possível reproduzir ela em um ambiente inóspito — explica o orientador professor André Luis Saldanha Botton.
Em outro projeto, o experimento dos alunos Gabriel Volpato Faccin e Rafaela Spiecker Chiavagatti testaram fontes de alimentação que substituísse o farelo de trigo na reprodução de um besouro. A dupla testou vários substratos, como aveias, farelo de linhaça e milho, e observando se os animais tinham o mesmo ganho e desempenho em comparação com o farelo de trigo.
— Fizemos vários testes na escola. Tivemos o melhor resultado em termos de ganho de peso e conversão alimentar, com a aveia branca triturada. Os alunos trabalharam a parte de entomologia, conhecendo o inseto e o comportamento que poderia ser encontrado — comenta o orientador Magnos Maioli Volpato.