
Prestes a completar 35 anos, a Agrodanieli, de Tapejara, no norte gaúcho, entrou em nova fase em 2025: está ampliando a fábrica de fertilizantes e construindo uma nova indústria de beneficiamento de grãos — investimentos que, juntos, somam R$ 300 milhões.
As iniciativas vêm na esteira da venda do último dos três frigoríficos que ainda pertenciam à empresa, em Vila Lângaro. A unidade foi comprada pela Santa Clara, que assume as operações a partir de 2 de maio.
— O frigorífico já estava deslocado da nossa atuação. Começamos essa transição em 2021, por questões estratégicas e de mercado — explicou o diretor administrativo, Rafael Danieli.
Contexto
A cooperativa Santa Clara já atuava no frigorífico, mas de forma terceirizada. Agora, assume toda a operação. Como já acontece, os 600 suínos abatidos por dia no local seguem passando pelo processo de industrialização em Carlos Barbosa, na Serra.
Dos R$ 300 milhões, R$ 250 milhões foram para a nova indústria de beneficiamento de grãos, em Tapejara, e R$ 50 milhões para a ampliação da fábrica de fertilizante Neorgan, em Vila Lângaro. As duas iniciativas ficam às margens da RS-463.
Com a nova fábrica, a Agrodanieli passará a esmagar 1,6 mil toneladas de grãos por dia — mais que as 600 toneladas atuais. A expectativa é que a estrutura fique pronta e comece a operar até o fim deste ano.
A nova esmagadora de grãos começou a ser construída em 2022 e terá capacidade para armazenar até 2 milhões de sacas de grãos, além de produzir farelo e óleo degomado de soja.

Já a fábrica de fertilizante, que existe desde 2018, deve dobrar de tamanho: passará dos atuais 11 mil metros quadrados para 20 mil m².
A estrutura produz granulados com a mesma quantidade de resíduos orgânicos e minerais — uma forma de dar o mesmo peso e aderência ao adubo na lavoura. A capacidade de produção deve chegar a 100 mil toneladas por ano, com previsão de início no último trimestre de 2025.
Hoje o Grupo Danieli tem mais de 500 colaboradores em diferentes negócios, que inclui granjas, supermercados e postos de combustíveis. Outros 60 profissionais devem ser contratados para atuar na nova indústria de grãos.
— A parte de grãos sempre foi a raiz do grupo. O fundador (Adelírio Danieli) começou como cerealista, comprando e vendendo grãos, e depois passou a produzir frango. Hoje olhamos para a demanda das exportações, como o óleo, biodiesel e farelo de soja. A questão internacional influencia e temos oportunidade de continuar crescendo — pontuou o empresário.
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