
A guerra tarifária dos Estados Unidos com o resto do mundo respinga em Passo Fundo e região com certo otimismo — em especial nesta segunda-feira (14), quando entra em vigor a Lei da Reciprocidade Comercial brasileira.
Ainda que o Brasil tenha se esquivado de medidas mais duras do presidente Donald Trump, ainda terá que pagar 10% sobre todos os produtos exportados ao mercado norte-americano. Com a lei que passa a vigorar hoje, a resposta brasileira torna-se igual às tomadas por Washington DC.
Mas como Passo Fundo e região se beneficiam com isso? A resposta, como já podemos esperar, está na nossa cadeia de produção agrícola. O protecionismo norte-americano abre uma janela para que grandes compradores — em especial da Ásia — optem pelo Brasil para diversificar os fornecedores.
Localmente, temos vantagem na produção de grãos, como soja, milho e trigo, e também agroindústrias que atuam na produção de farelo e óleo de soja, por exemplo — os dois com alta demanda global.
Outro beneficiário são os biocombustíveis, que vêm na esteira da pauta ambiental que não para de conquistar espaço em grandes mercados, como Ásia e União Europeia.
— Aqui, o biodiesel produzido a partir da soja e do milho posiciona Passo Fundo como uma fornecedora estratégica em meio a um cenário de reconfiguração das rotas globais de comércio — analisou a economista e professora da Atitus Educação, Giana Mores.
O comércio exterior é incerto e as peças do jogo podem mudar rapidamente, mas, até agora, a sensação geral está afinada com o jornal britânico Financial Times, que classificou a disputa tarifária entre EUA e China como uma "benção" para o Brasil — e, nesse caso, também para Passo Fundo e entorno.
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