
No embalo dos números nacionais, Passo Fundo também teve aumento no preço do ovo: em fevereiro, uma dúzia custava em média R$ 13,45 nos mercados da cidade, conforme pesquisa mensal da cesta básica realizada pela Universidade de Passo Fundo (UPF).
O valor representa aumento de 35,45% ante o preço de janeiro, quando uma dúzia de ovos saía por R$ 9,93, e supera a média nacional. Na semana passada, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mediu acréscimo de 15,39% pela dúzia na comparação com janeiro.
- O que está acontecendo: a demanda cresceu depois que grandes centros produtores (especialmente SP) passaram a vender mais para os Estados Unidos, que enfrentam crise de gripe aviária. No Brasil veio a volta às aulas (o ovo é um dos ingredientes da merenda escolar) e as galinhas passaram a produzir menos por causa do calor, o que significa oferta menor no mercado interno e, portanto, preços mais altos.
Enquanto isso, consumidores têm preferido buscar o alimento direto com produtores locais. Uma granja de Erechim viu o movimento crescer no último mês e optou por manter o preço da dúzia entre R$ 8 e R$ 10, dependendo do local de venda.
Outro produtor, dessa vez de Tapejara, estima que a entrega semanal aos clientes cresceu de 20% a 25% apesar do aumento do preço.
— Estávamos trabalhando com valor defasado e subimos o valor da dúzia em 20%. Mesmo assim cresceu a procura aqui pra gente — relatou.
Preço não cai tão cedo
No domingo (16), a dúzia de ovos chegava a R$ 15 em alguns mercados de Passo Fundo. Isso significa que a tendência é que o preço do ovo não diminua tão cedo.
— Esse é o caso clássico da oferta e demanda, e tende a levar algum tempo para ser solucionado — explicou o economista e professor da UPF, Julcemar Zilli.
A tendência é que a situação persista até que seja resolvida a gripe aviária norte-americana, o que pode levar 60 dias ou mais, até que o plantel de aves dos Estados Unidos seja restabelecido.
Como o ovo já era uma proteína-alternativa à alta no preço do carne, a orientação é que a população substitua o alimento por carne suína ou frango, que têm apresentado preços mais estáveis, disse o economista.
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