O Hospital de Clínicas de Ijuí (HCI) mobiliza esforços para começar a construção do Hospital do Câncer Infantil, uma estrutura com cinco andares e tema da Turma da Mônica para atender crianças em tratamento oncológico na cidade do noroeste gaúcho.
O investimento é estimado em R$ 36,5 milhões, sendo R$ 30 milhões nas obras e o restante para a aquisição de equipamentos.
O projeto prevê que o espaço ficará anexo ao Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e contará com 10 leitos de UTI pediátrica, onde serão atendidos tanto casos oncológicos quanto outras demandas de crianças e adolescentes. Hoje a cidade conta 10 leitos de UTI adulta e 10 neonatais.
Além disso, estão previstos 20 leitos de internação e uma área para a estadia e acolhimento dos familiares dos pacientes.
A Turma da Mônica já ilustra a atual oncologia pediátrica do HCI e estará ainda mais presente na nova unidade.
— O convite foi aceito e o criador da Turma da Mônica anunciou que sua arte estará presente nas paredes do futuro hospital. O prédio vai ser todo moldurado com esse tema — adiantou o presidente do HCI, médico Douglas Uggeri.
A mobilização pela nova estrutura começou no início de 2024. Desde então, a instituição apresentou o projeto aos governos federal e estadual em busca de apoio e investimentos.
O HCI formalizou o pedido de inclusão do projeto na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e com o Ministério da Saúde. A expectativa é que a ministra Nísia Trindade visite Ijuí ainda em 2025 e, a partir daí, se defina o início das obras.
90 anos em 2025
Filantrópico, o HCI completa 90 anos em junho, é referência para 283 municípios e quase 80% dos atendimentos ocorrem via SUS.
A instituição abriu 45 vagas de residência multiprofissional em 2025 e em fevereiro vai inaugurar o novo angiógrafo (aparelho usado em cateterismos) e, na metade do ano, um acelerador linear (para radioterapias).
Além disso, capta recursos para instalar um PET-CT, tecnologia usada para detectar de tumores a distúrbios neurológicos, estimada em R$ 7,8 milhões.
Os recursos vêm majoritariamente de investimento federal e estadual, de editais como o Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica), apoio de empresários, prefeituras e da própria instituição, que fechou os últimos três anos com superávit.
Em 2020, a receita foi de R$ 148,3 milhões, indicador que saltou para R$ 254,1 milhões em 2024 — um aumento de mais de 70%. A diferença é que, em 2020, o hospital ficou no vermelho, com R$ 5,4 milhões negativos. No ano passado, sobraram R$ 24 milhões. Além do dinheiro, cresceu o número de internações (+23%), cirurgias (+39%) e atendimentos da hemodinâmica (+27%).
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