Fernando Goldsztein, fundador da The Medulloblastoma Initiative, conselheiro da Childrens National Foundation e MBA-MIT, Sloan School of Management
Tom Hanks é, sem dúvidas, um dos melhores atores da atualidade. Dentre os excelentes filmes que protagonizou, o meu preferido foi Cast Away (O náufrago) lançado no já distante ano de 2000. Se você não assistiu ainda, eu recomendo. Outro dia assisti mais uma vez, agora com os meus filhos. Trata-se da história de Chuck Noland, vivido por Tom Hanks. Chuck é um obsessivo analista de sistemas da FedEx que faz uma viagem de emergência num avião de cargas, na noite de natal, para resolver um problema na Malásia. O avião enfrenta uma tempestade e cai no meio do Pacífico. O único que se salva é justamente Chuck, que passa então a lutar pela sobrevivência numa remota ilha deserta.
O filme retrata a saga deste náufrago que nunca perde a esperança de conseguir retornar à civilização. O próprio Hanks, numa entrevista anos depois, relata que desempenhar este papel foi uma experiência incrível. Chuck passa quatro anos isolado do mundo. Sua única companhia era o Wilson, uma bola de vôlei (com o desenho de um rosto) com quem ele mantinha longos "diálogos" junto à fogueira. Ao final, Chuck consegue construir uma balsa e, após quase morrer à deriva, é finalmente resgatado.
Brincadeiras à parte, o que impressiona no filme é a resiliência do personagem
Eu nunca pensei que viveria para um dia ter inveja da vida que Chuck levava naquela ilha deserta. O Chuck dos dias de hoje, isolado de tudo e de todos, não precisaria conviver com tanta polarização nas redes sociais; não saberia que o preço da laranja, do café e do ovo estão pela hora da morte e nem que os EUA acabam de iniciar uma guerra de tarifas que está chacoalhando a economia mundial.
O Chuck de hoje, certamente preferiria viver tranquilo na sua ilha paradisíaca sobre a sombra dos coqueiros. Bastaria pescar um peixe e derrubar um coco e pronto, todas as suas necessidades básicas estariam satisfeitas. Ao invés de buscar incessantemente meios para sair da ilha, ele trataria de se esconder caso alguma embarcação aportasse por lá. "Me deixem quieto aqui", diria ele.
Brincadeiras à parte, o que impressiona no filme é a resiliência do personagem que, depois de enfrentar toda a sorte de perigos e desafios, finalmente consegue voltar pra casa. Inspiremo-nos na resiliência de Chuck. Fiquemos firmes e fortes pois, certamente dias melhores hão de chegar!