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O Rumble entrou com uma ação contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Justiça dos Estados Unidos. A plataforma de vídeos se tornou popular no meio conservador e chegou a ficar fora do ar no Brasil.
O processo foi aberto juntamente com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, que pertence ao Presidente dos EUA, Donald Trump.
As empresas alegam que Moraes teria cometido censura, e solicitam que ordens de derrubada de contas de usuários feitas pelo magistrado brasileiro não sejam legalmente válidas nos EUA.
O que é Rumble?
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Lançada em 2013, a rede social de possui sistema similar ao do YouTube, e afirma que sua missão é "proteger uma internet livre e aberta". Inicialmente, a ferramenta ganhou popularidade com vídeos virais de gatinhos.
O Rumble possui negócios com o grupo de comunicação de Trump e já recebeu investimentos do vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, e de outros políticos republicanos.
Em 2023, a plataforma saiu do ar no Brasil, como protesto contra o magistrado. Entretanto, ela voltou a estar disponível em fevereiro deste ano.
Relação com Trump
Em 2021, o Rumble ganhou um novo público após apoiadores de Donald Trump invadirem o Capitólio, com o objetivo de interferir na cerimônia de certificação de Joe Biden após o democrata vencer as eleições presidenciais de 2020.
Após o episódio, fomentado por Trump nas redes sociais, plataformas como Twitter e YouTube passaram a reprimir com mais frequência e limitar a distribuição de conteúdos que infringiam diretrizes internas.
Com isso, usuários que discordavam das políticas passaram a migrar para redes como o Rumble. Além disso, em 2022, a Truth Social, rede social que Trump, virou anunciante da plataforma de publicidade da plataforma de vídeos. As empresas possuem também um acordo de "tecnologia e serviços em nuvem".
Entenda o caso
O Rumble já foi citado em decisões do STF para a remoção de conteúdo, mas não cumpriu as determinações da Justiça brasileira por não contar com representação no país.
Com a proposta de ser "imune à cultura do cancelamento", a plataforma passou a abrigar produtores de conteúdo restritos em outras redes sociais, como os bolsonaristas Paulo Figueiredo, Rodrigo Constantino e Bruno Aiub, conhecido como Monark.
O Rumble esteve fora do ar no Brasil desde dezembro de 2023, por decisão do presidente da empresa, Chris Pavlovski. Na época, ele considerou censura as decisões judiciais de remoção de conteúdo. Em 8 de fevereiro de 2025, a plataforma retomou as atividades no país. "Olá, Brasil. Estamos de volta", publicou a conta oficial no X.
A Trump Media se aliou ao Rumble na ação. Os advogados da empresa ligada ao presidente americano argumentam que a restrição das operações do Rumble no Brasil também a prejudica, pois a plataforma de vídeos fornece à Trump Media serviços necessários à manutenção da rede social Truth Social.
Alexandre de Moraes sai do X
Nesta sexta-feira (21), o perfil de Alexandre de Moraes no X foi desativado. No dia anterior, o ministro do STF multou a rede social em R$ 8,1 milhões por descumprir uma ordem judicial sobre o fornecimento de dados cadastrais aos usuários.
Segundo a assessoria da Corte, o próprio ministro decidiu encerrar a conta. Ele já não frequentava a rede desde janeiro de 2024.
No X, Chris Pavlovski novamente publicou conteúdos mencionando Moraes, insinuando que o processo aberto pelo Rumble tenha tido relação com o encerramento da conta. "Sou eu ou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, removeu sua conta no X depois que Rumble entrou com uma ação nos EUA?", questionou o CEO do Rumble.