Por Beto Rodrigues, diretor-presidente da Fundacine
O sucesso internacional do filme Ainda Estou Aqui e o Globo de Ouro para a atriz Fernanda Torres são conquistas excepcionais, que abrem oportunidade para enxergarmos o potencial cultural e econômico da indústria criativa e audiovisual. Precisamos enxergar que essas vitórias são fruto de construção e formação, não apenas de um grupo de profissionais, mas de uma rede que precisa de apoio e investimento.
Uma dessas importantes iniciativas é o RodaCine, realizado pela Fundação Cinema RS. O projeto leva cinema gratuito até o público do interior do Estado que, na maioria das vezes, ainda não teve contato com a magia da grande tela. O RodaCine teve início em 2001, quando percorreu cidades gaúchas exibindo o filme O Auto da Compadecida, proporcionando a milhares de gaúchos alegria e emoção.
Por uma coincidência, depois de 10 anos desativado por falta de patrocínio, o Rodacine volta ao Estado, celebrando os 25 anos da Fundacine e no momento em que o segundo filme protagonizado por Matheus Nachtergaele e Selton Mello vendeu mais de 600 mil ingressos no final de semana de sua estreia, no início deste janeiro.
É um passo significativo para a formação de plateias e para a introdução da arte cinematográfica na vida cultural de milhares de cidadãos e cidadãs que não desfrutam da experiência mágica das salas de exibição
Financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo, o Rodacine irá exibir exclusivamente produções audiovisuais de realizadores/as gaúchos em mais de 20 municípios, se consolidando como um dos mais importantes eventos de inclusão cultural do RS. Ao longo de 14 anos, o projeto realizou mais de 1,2 mil sessões de cinema em mais de 300 municípios, levando 400 mil pessoas a essas exibições.
Serão exibidos filmes de curtas e longas-metragens, além de pilotos de séries em espaços públicos, atendendo a todos os gostos: comédias, dramas, animações, infantis e documentários, em sessões com mediação de realizadores e agentes culturais locais.
É um passo significativo para a formação de plateias e para a introdução da arte cinematográfica na vida cultural de milhares de cidadãos e cidadãs que não desfrutam da experiência mágica das salas de exibição, mas que aplaudem de pé Fernanda Torres e o cinema brasileiro, para que ganhe cada vez mais reconhecimento e prestígio.