Por Gabriel Wainer, apresentador do @RivoNews
De um lado, Kfir Bibas, um bebê judeu de 9 meses que foi arrancado do berço e sequestrado em 7 de outubro de 2023 por terroristas palestinos que invadiram Israel, matando, estuprando e raptando centenas de outros judeus inocentes, como Shlomo Mansour, um iraquiano de 86 anos, também levado à força de sua casa para Gaza.
Do outro, criminosos palestinos presos em Israel do calibre de Abdullah Barghouti, condenado a 67 prisões perpétuas por atentados que tiraram a vida de mulheres e crianças, e Arafat Irfaya, condenado à prisão perpétua pelo estupro e assassinato da adolescente judia Ori Ansbacher.
Afinal, para o Hamas, quanto vale a vida de um palestino?
É este o pano de fundo do acordo de cessar-fogo firmado entre Israel e os terroristas do Hamas que prevê a troca escalonada, em duas fases, dos 98 reféns — vivos ou mortos — sequestrados em 7/10 por cerca de mil criminosos palestinos presos, incluindo condenados à prisão perpétua como os mencionados anteriormente. Na lógica do terror, a vida de Kfir e de Shlomo equivale à vida de mais ou menos 20 criminosos.
O cenário faz lembrar Golda Meir, que dizia que a paz só seria possível quando os fanáticos amassem seus filhos mais do que odiassem os judeus. A desproporção entre o número de reféns e prisioneiros libertados é uma prova de que esse momento está longe de chegar. Afinal, para o Hamas, quanto vale a vida de um palestino?
O acordo é injusto, infame, aviltante e perigoso. Foi um acerto como este que tirou da prisão israelense, em 2016, o arquiteto do 7/10, Yahya Sinwar, terrorista que voltou para Gaza numa troca de mil presos palestinos pelo soldado Gilad Shalit. E é isso que vai acontecer novamente. Tanto que um dos líderes do Hamas declarou, em um discurso vitorioso, que o 7/10 foi um "milagre militar" que deve inspirar a continuidade da "resistência".
Mas a vida de Kfir e Shlomo vale o preço. Vale qualquer preço.
Como diz o Talmud, coletânea sagrada de textos do judaísmo: "quem salva uma vida, salva o mundo inteiro." É com isso em mente, com a valorização da vida e não da morte, que o acordo, por mais abusivo que seja, é a melhor opção. Am Israel Chai.