Por Luciane Fiorio, executiva de Negócios da Codex
Em 2024, o Brasil enfrentou a maior estiagem em 70 anos, além de ondas de calor, frio intenso, chuvas torrenciais e incêndios florestais. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, esses eventos climáticos extremos vêm se intensificando nas últimas duas décadas. Diante deste cenário, os municípios precisam trabalhar com urgência para se adaptar à nova realidade. Reduzir as agressões ao meio ambiente é fundamental, mas outras medidas, como o uso de tecnologias baseadas em dados, são igualmente importantes para a prevenção.
A disponibilidade de dados e a integração com as áreas da gestão pública — como meio ambiente, saneamento, habitação e saúde — são fundamentais para definir ações eficazes de mitigação de riscos climáticos. Por exemplo, ao gerenciar dados habitacionais, é possível identificar edificações em áreas de risco e, com isso, criar metas e ações para realocar famílias para locais onde o acesso a serviços municipais seja preservado. Investir em tecnologias para integrar esses dados permitirá um planejamento mais eficiente no combate aos riscos.
A disponibilidade de dados e a integração com as áreas da gestão pública — como meio ambiente, saneamento, habitação e saúde — são fundamentais para definir ações eficazes de mitigação de riscos climáticos
Além disso, dados atualizados permitem identificar as áreas urbanas que mais necessitam de soluções como jardins verticais e construções sustentáveis, que ajudam a umidificar o ar e reduzir ilhas de calor. A coleta e análise desses dados possibilita também o acompanhamento das ações ao longo dos anos e a necessidade de adaptação das estratégias.
Outro ponto fundamental é a atualização dos planos diretores, que garantem a interação sustentável entre pessoas e o meio ambiente. A medida se mostra necessária quando observamos que apenas 40% dos municípios brasileiros estão com o documento atualizado, conforme dados de 2021 do IBGE.
A integração de dados atualizados e a elaboração de planos de ação, aliada à capacitação de gestores e da comunidade, são pilares para que os municípios estejam preparados para enfrentar as mudanças climáticas, prevenindo e reduzindo seus impactos na população.