Por Gabriel Souza, vice-governador do Estado do Rio Grande do Sul
Afirmar que um ano não chegará ao fim pode parecer ilógico. Em 2024, enfrentamos desafios sem precedentes no Rio Grande do Sul, e tudo o que planejamos se transformou. Essa experiência nos deixará repercussões que irão além do dia 31 de dezembro.
Certamente iremos sair mais resilientes, como sempre foi o povo gaúcho
Pelo pior motivo possível – um desastre que resultou em muitas vidas perdidas – teremos condições de fazer o maior investimento já realizado em nosso Estado, em virtude da suspensão da dívida com a União por três anos. Isso nos possibilitará o aporte de cerca de R$ 12 bilhões. Como as contas estavam equilibradas, todo o recurso poderá ser utilizado para investimentos e reconstrução.
Este valor não é apenas um número. Representa uma oportunidade de desenvolvimento, permitindo que iniciemos um novo capítulo de oportunidades.
Estamos reconstruindo pontes, estradas, fornecendo casas para os atingidos e linhas de crédito a empresas afetadas, além de medidas para os agricultores. Contudo, a recuperação da vida das pessoas é mais complexa. Podemos até entregar uma casa melhor do que a que foi destruída, mas não conseguiremos devolver as memórias dos lares levados pela enchente. Cada casa tinha a sua história, fotografias, presentes de pessoas queridas ou que até já se foram. E tudo isso é inestimável. Sentimos profundamente não poder retribuir tudo, mas nos esforçamos em proporcionar esperança com uma perspectiva futura.
Em vez de cortar programas sociais, ampliamos iniciativas existentes, como o Partiu Futuro Reconstrução, que contratou mil jovens aprendizes. Lançamos o Plano Estadual de Habitação de Interesse Social para emergências, com casas temporárias e permanentes e mais de R$ 60 milhões foram repassados aos municípios para políticas de assistência, como aluguel social e estadia solidária. Além disso, o programa Volta Por Cima destinou R$ 251 milhões para as famílias afetadas.
Tudo isso que estamos construindo se estenderá além de 2024. O legado das enchentes nos fez recalcular a rota com soluções permanentes. Certamente iremos sair mais resilientes, como sempre foi o povo gaúcho.