Por Tenente-Coronel Zucco, deputado federal (Republicanos-RS)
Estamos vivendo outra estiagem dramática e pouco aprendemos com o passado recente. Mais de 300 municípios já decretaram situação de emergência pela falta de chuva. A paisagem é desoladora e lembra muito o deserto. A precipitação pluviométrica no RS é de 1.800 mm por ano. Já não podemos nos dar ao luxo de perder uma gota de água sequer. Temos que observar os países que convivem com a crise hídrica e investir em estruturas de armazenamento de água nas propriedades, como cisternas, poços e barragens. Tornar a legislação mais flexível para que os projetos possam sair do papel com maior rapidez. Em Israel, por exemplo, temos a irrigação por gotejamento, que proporciona grande economia de água, pois irriga a planta, e não o solo. Voltando à nossa árida realidade, por aqui vemos o produtor largado à própria sorte.
Se este governo quiser realmente acabar com a fome dos brasileiros, que comece a tratar seus agricultores com mais respeito e atenção
A quebra nas safras de milho e soja já supera R$ 30 bilhões em perdas. Considerando toda a cadeia produtiva, o prejuízo vai a R$ 100 bilhões. E o que faz o governo federal? Anuncia a liberação de míseros R$ 430 milhões para socorrer um dos setores mais importantes para a nossa economia. Mais patético ainda foi a montagem de um palanque político num assentamento do MST – aquele mesmo movimento que invade, depreda e pouco produz –, com a presença de três ministros e uma penca de políticos.
A título de comparação, os países mais desenvolvidos do mundo oferecem a seus produtores rurais US$ 250 bilhões em subsídios agrícolas por ano, o equivalente a R$ 3 bilhões por dia. Isso mesmo, dinheiro subsidiado, oferecido para que o agricultor possa produzir alimentos com segurança e tranquilidade. O Brasil é um dos países que menos subsidiam a produção agrícola, com cerca de 1% a 2% em relação à receita bruta do produtor. EUA e China têm mais de 10%, e União Europeia, quase 20% de subsídio em relação à receita bruta do produtor. Se este governo quiser realmente acabar com a fome dos brasileiros, que comece a tratar seus agricultores com mais respeito e atenção. Sem esmolas.