Por Juliana Brizola, deputada estadual, líder da bancada do PDT
Vivemos um tempo em que o embate a respeito das privatizações povoa os ares políticos do nosso RS, dividindo as correntes políticas e alimentando argumentos, para alguns, de que é uma das motivações para o atraso do Estado.
Para esses, a grenalização da política aponta a existência dicotômica de apenas dois lados: um favorável e outro contrário. Do mesmo modo, aqueles que defendem o empresariado vestem uma cor; os contrários, outra. Tudo simples como sentar-se a uma roda de chimarrão.
E esse simplismo, de enxergar superficialmente as posições políticas sem compreendê-las, contribui para a fragilização e criminalização da construção da cidadania e, também, da própria política.
Nós, trabalhistas, temos uma posição distinta: combatemos o simplismo e ousamos dizer que somos diferentes de outros, que podem até parecer igual a nós. Somos de outra matriz política, carregamos histórias e ações governamentais que nos conduzem ao futuro, defendendo um projeto de Estado indutor.
Nós, que viemos de longe, levantamos a discordância da visão simplista que querem dar ao processo das privatizações. Privatizar setores não estratégicos para o Estado e que não confronte nossa soberania é diferente dos processos que estamos vivenciando.
Da mesma forma, diferentemente da grenalização política existente, olhamos o empresariado de maneira necessária, merecedora de respeito de nossas ações políticas. Não foi de graça que o então governador Leonel Brizola, nos anos 60, deu os primeiros passos para a criação do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE.
A gestão Brizolista enxergou as necessidades de desenvolver o empreendedorismo. Era preciso fornecer capitais para fortalecer o setor empresarial gaúcho e, até os dias atuais, as ações originárias dos trabalhistas operam em favor das empresas da região sul do Brasil.
Não nos convidem para entregar empresas essenciais à defesa de nossa economia e soberania, pois vamos negar o convite. Mas estamos prontos para discutir e contribuir para o fortalecimento das empresas gaúchas e de um Estado indutor, sobretudo para aqueles que mais precisam.