Por Fábio Bernardi, sócio-diretor de criação da Morya
Gostaria de dividir com você, caro leitor, alguns pensamentos e pedir que, ao lado dele, você preencha mentalmente se concorda, discorda ou se é um absurdo.
Vamos lá?
1) “As universidades brasileiras despejam no mercado 50% de analfabetos funcionais. Se não cassarmos os registros dessas universidades vamos destruir o Brasil.” Concorda, discorda ou é um absurdo?
2) “Brincar de casinha é unissex: meninos brincam de construir casinhas e meninas brincam de morar nelas.” Concorda, discorda ou é um absurdo?
3) “A Pepsi usa células de fetos abortados como adoçante nos refrigerantes”. Concorda, discorda ou é um absurdo?
4) “Nenhum estudante consegue sobreviver numa universidade sem usar drogas e participar de bolinação coletiva.” Concorda, discorda ou é um absurdo?
5) “É aí que está o erro do pessoal, imaginar que existe uma luta de ideias e que temos de derrotar o marxismo. Não puxem discussão de ideias. Investigue alguma sacanagem do sujeito e destrua-o. Nós não discutimos para provar que o adversário está errado. Discutimos para destruí-lo socialmente, psicologicamente, economicamente.” Concorda, discorda ou é um absurdo?
6) “Se você dá dinheiro para os pobrezinhos, eles comem tudo e no dia seguinte estão na merda de novo. Se você dá para os ricos, eles não conseguem gastar tudo e, investindo a maior parte, fomentam a prosperidade geral.” Concorda, discorda ou é um absurdo?
Espero que você tenha votado no absurdo na maioria das questões acima. E espero que também ache um absurdo o fato de que estas frases são do cara que dá as cartas no pensamento político do comando da nação, Olavo de Carvalho, reconhecido como guru do governo e da família Bolsonaro. Alguém que não acredita que o sol é o centro do sistema solar, que acha que a Terra é plana e que a teoria da relatividade de Einstein é uma invenção (concorda, discorda ou acha um absurdo em pleno século 21?). E que publica, em média, 62 posts por dia nas redes sociais, a imensa maioria com ofensas e palavrões. É este tipo de mentor, que se importa mais com a guerra do que com a vitória, que nomeou ministros e assessores, incluindo os que orientam a educação e a política externa do nosso país.
Claro que o problema não é o que Olavo pensa ou diz. O problema é o que o governo faz por causa do que ele pensa e diz. Concorda, discorda ou é um absurdo?