Por Nairo Callegaro, presidente do MTG
O Movimento Tradicionalista Gaúcho não é o dono de todo legado cultural, histórico e folclórico que as gerações anteriores nos deixaram. Porém, há mais de 50 anos, assumiu o compromisso de preservá-lo e promovê-lo.
Nos mais de 1,7 mil Centros de Tradição Gaúcha espalhados pelo Rio Grande do Sul, é incansável o trabalho não apenas de pesquisa, mas também de vivência, para que se preserve o estilo e os valores do homem campeiro, que moldou o simbolismo e a identidade do gaúcho.
Somos mais de 1 milhão de pessoas, que bebem seu chimarrão, vestem com orgulho a indumentária, participam de rodeios artísticos e campeiros, apreciam o bom churrasco à moda antiga e, entre tantas outras manifestações tradicionais, também apreciam a autêntica música gaúcha.
Muitas vezes somos criticados pela rigidez de nossas regras. Porém, se não fossem elas, teria o tradicionalismo gaúcho mantido ao longo de tanto tempo sua autenticidade?
O papel de guardião da cultura gaúcha também nos rende críticas infundadas. Com alguma frequência somos questionados e convidados a interferir em assuntos que não fazem parte de nossa alçada de atuação, qual seja, as entidades tradicionalistas filiadas, federadas.
O caso mais recente é do Rodeio de Porto Alegre, que não é realizado pelo MTG, e que apresentou em sua programação shows sertanejos buscando lucro. O MTG não tem gerência sobre este evento e, inclusive, muitas vezes arca com prejuízos em seus eventos, não abrindo mão de honrar seu compromisso de valorizar a música gaúcha, contratando autênticos artistas gaúchos, novos e consagrados.
À sociedade gaúcha, temos a dizer que pode contar conosco, MTG, em nosso compromisso de preservar e promover não somente a música gaúcha de raiz, mas todo esse legado que é patrimônio de todos os gaúchos e que assumimos o dever de preservar e promover.