Em âmbito estadual e federal, o poder público não vem conseguindo fechar suas contas com as despesas nos níveis atuais. Mesmo assim, as pressões por gastos continuam na virada do ano, como se a realidade do caixa, que financia todos os poderes, fosse de fartura. No Rio Grande do Sul, o exemplo mais ilustrativo é a opção pelo pagamento de uma suposta diferença de ganhos ainda relativa ao período que antecedeu a implantação do Plano Real, em meados dos anos 1990. Na maioria das vezes, decisões desse tipo favorecem categorias influentes fora do Executivo, mais resistentes a preocupações com o rigor fiscal. Nem mesmo órgãos cuja razão de existência seria zelar pelo uso adequado de dinheiro público conseguem evitá-las. Em alguns casos, essas mesmas instituições acabam decidindo em benefício próprio.
Opinião da RBS
A cultura da gastança
O setor público precisa da conscientização de todos os poderes, não só do Executivo, sobre a necessidade de reequilibrar suas contas mediante a contenção de gastos