No best-seller Homo Deus, o historiador israelense Yuval Noah Harari investiga o futuro da humanidade a partir de uma profunda reflexão sobre o passado. A certo ponto o autor fala da "importância crucial de uma cooperação em grande escala" em momentos decisivos da História. Uma revolução, segundo ele, não depende apenas de apoio, mas principalmente de grupos organizados dispostos a colaborar para que determinados objetivos sejam atingidos.
Para aqueles que enxergam na democracia um instrumento de transformação, essa é uma verdadeira lição. Quando tratamos de administração pública, não basta ter consciência das demandas populares para atendê-las: é preciso disposição política, coordenação e iniciativa. Senão não avançamos.
O futuro da humanidade passa inevitavelmente pela reestruturação das nossas cidades
A Granpal, através da união das prefeituras, pode e deve ser protagonista das mudanças que a Grande Porto Alegre precisa. Juntas, Alvorada, Arroio dos Ratos, Cachoeirinha, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Nova Santa Rita, Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, Sapucaia do Sul, Viamão e Triunfo têm muito mais força política e poder para negociar com os outros entes federativos para captar recursos e levar adiante projetos.
Temos desafios enormes de mobilidade urbana, segurança pública e gestão de resíduos sólidos na região. São questões que extrapolam os limites municipais e interferem diariamente na vida de mais de quatro milhões de pessoas. Áreas que, na falta de uma gestão estratégica e integrada, consomem dinheiro público que poderia ser investido em serviços diretos.
Organizados por prioridades, trabalhando em projetos viáveis, podemos transformar essa realidade. Cada um fazendo a sua parte: gestores municipais, Estado e União, sociedade civil e a própria imprensa, como promotora do debate público. Para criar um ambiente de desenvolvimento sustentável, temos projeto, tanto na área de mobilidade, no cercamento eletrônico e em parcerias público-privadas para a prestação de serviços. O que precisamos é fortalecer o comprometimento entre as prefeituras para alcançar esses resultados coletivos.
Todos temos consciência dessas necessidades, mas precisamos ir além, sob o risco de não conseguirmos atar o nó quando a corda estourar. O futuro da humanidade passa inevitavelmente pela reestruturação das nossas cidades, onde as pessoas clamam por mais segurança, mobilidade, educação, saúde e qualidade de vida.