
Mais do que uma revitalização no deteriorado porto da Capital dos gaúchos, a assinatura da ordem de início das obras do Cais Mauá significa um impulso aos investimentos do setor privado no Estado. Em Porto Alegre, a definição da largada dos trabalhos para a próxima semana suscita uma questão importante para os gaúchos: há quantos anos a população já poderia estar desfrutando da área se não fossem a burocracia e a má vontade de setores públicos e das corporações com tudo que vem da iniciativa privada? Menos mal que levou tempo, mas entraves em alguns momentos considerados intransponíveis foram finalmente removidos.
Agora, a Capital encontra-se diante da oportunidade de devolver à população uma área que está no imaginário emocional dos porto-alegrenses. A conclusão desse projeto é fundamental para restituir a autoestima da cidade, com um empreendimento que vai impactar o Rio Grande do Sul de maneira geral. É importante também que os responsáveis pela sua execução cumpram à risca os prazos previamente definidos. Essa é a forma de preservar o modelo que viabilizou sua execução. E, ao mesmo tempo, de assegurar que a população possa usufruir da iniciativa no menor prazo de tempo possível.
Toda a cidade e o Estado devem se unir para que o projeto de restauração do Cais Mauá dê certo, permitindo o aproveitamento de uma área hoje degradada, apesar de seu elevado potencial sob o ponto de vista de urbanização e turístico. Muitas cidades que já passaram por experiência semelhante sabem o que a iniciativa privada representa para a economia e o bem-estar geral. É o caso de Buenos Aires, Baltimore, Barcelona e muitas outras metrópoles que recuperaram seus cais deteriorados e os entregaram ao turismo.
A largada das obras é importante também para demonstrar que, mesmo levando tempo, é possível revidar objeções a aspectos da proposta como as levantadas por minorias com base no diálogo e em argumentos consistentes. Essa é mais uma razão para que tudo transcorra dentro dos prazos, confirmando a perspectiva de que investimentos do setor privado possam suprir na prática a falta de dinheiro no setor público. Num Estado sem condições de investir o que deveria, recursos privados significam um sopro de otimismo pelo impacto que proporcionam, principalmente sob o ponto de vista de geração de empregos e de impostos.