Entre semelhanças e diferenças que países como China e Alemanha têm com países jovens como o Brasil, uma chama a atenção atualmente: governantes que tentaram ou implementaram reformas sociais não conseguiram se manter no poder. Em 1898, o imperador chinês Guangxu editou 40 decretos visando modernizar o Estado, sua administração, economia e o sistema político. Não conseguiu implantar as reformas porque as classes dominantes da época se sentiram ameaçadas e o resultado é conhecido. Em 1911, emergiu a revolução que implantou a República e o imperador perdeu seu trono. Entre 1998 e 2005, o chanceler Gerhard Schröder, diante da perda de competitividade da Alemanha, aprovou uma série de reformas sociais (permissão de trabalho temporário e parcial, redução de barreiras à contratação e à demissão, restrições às aposentadorias precoces e facilitação nas negociações entre patrões e empregados).
protagonismo
histórico
Antonio Domingos Padula: reformas e poder
Professor titular na Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)