Funcionou a mobilização de líderes gaúchos perante as bancadas de senadores e deputados do Rio Grande do Sul, objetivando o discurso para garantir verbas para a duplicação da BR-116 até Pelotas, além da construção de ponte sobre o Rio Uruguai, entre Porto Xavier e a cidade argentina de San Javier. Agora, é importante manter a pressão para ampliar os recursos junto ao governo federal. Os R$ 81 milhões de emendas impositivas garantidos para cada um dos dois projetos são importantes, mas modestos demais diante das dimensões dessa importante via, sonhada há quase duas décadas pelos gaúchos e que deveria ter sido concluída já em 2015, se não tivesse sido atropelada pela crise do setor público.
Essa é uma rodovia para ser usada em favor do progresso do Estado, não para servir indefinidamente de tema de discursos para políticos
Um efeito promissor do projeto é justamente a mobilização continuada de líderes gaúchos, que optaram por manter-se unidos em torno de três argumentos centrais. Um deles é o risco permanente de acidentes, com um número elevado de perdas humanas em consequência, na maioria das vezes, de colisões frontais – típicas de rodovias não duplicadas. Outra alegação é o desperdício acentuado de dinheiro público. A cada dia, aumenta o risco de deterioração do trabalho já realizado, ampliando ainda mais a necessidade de verbas adicionais. A descontinuidade nas obras amplia também os prejuízos à economia gaúcha de maneira geral, pois dá margem a um entrave logístico considerável.
É preciso que o movimento em favor da duplicação da BR-116 se mantenha coeso até serem assegurados os recursos necessários para a conclusão dos trabalhos dessa via essencial para o Estado. Mesmo com esses esforços, a rodovia tem hoje a garantia de apenas R$ 65 milhões do governo federal para a continuidade das obras. A estimativa é de que sejam necessários cerca de R$ 650 milhões para a conclusão dos serviços. Sem esse montante, os gaúchos continuarão aguardando indefinidamente por um projeto que, depois de contemplado por elevadas somas, segue inacabado e sem uso, exposto à deterioração.
A conclusão da BR-116 é uma necessidade urgente para o Estado. Líderes gaúchos, incluindo os representantes no Congresso, precisam evitar que o dinheiro investido até agora seja desperdiçado por prolongadas interrupções. Essa é uma rodovia para ser usada em favor do progresso do Estado, não para servir indefinidamente de tema de discursos para políticos.