*Advogado
As estratégias dos governos ditatoriais são praticamente as mesmas em todo os lugares do mundo. Para quem estuda um pouco de História, é muito simples entender o modo de operação daqueles que querem tomar para si uma nação, transformando a população em uma gigante massa de manobra dependente do Estado para sobreviver e manter privilégios.
A primeira e principal ação é acabar com a educação básica, mas de forma sutil. Elevam os níveis de presença escolar, doutrinam e enfraquecem tanto a qualidade do ensino que nossas crianças passam a ser analfabetas funcionais com baixo potencial de argumentação. A regra é simples, se não estudam, não têm como serem críticos e exigentes. Precisam de apoio, e o ente público, todo poderoso, vai ajudar estas pessoas. Depois, para fechar a enorme corrente, com outros importantes elos, transformam as minorias em excluídos para que liderem um processo de esquizofrenia social buscando a perda ou confusão do sentido de sociedade.
São inversões perigosas, como, por exemplo, transformar policial em bandido, trabalhadores e empreendedores em fascistas, parasitas em heróis. Enfim, infelizmente, uma verdade que estamos vivendo no Brasil de forma intensa nos últimos anos. Protestos e mais protestos sem qualquer base. Pessoas que defendem causas sem ter noção do que defendem. Agressividade extrema justificando o injustificável. A palavra trocada por socos físicos e cibernéticos. Aqueles que historicamente sempre reclamaram do preconceito viraram extremamente preconceituosos.
A vida em comunidade esvaziou. Perderam-se os valores básicos de convivência e, principalmente, perderam- se os valores de uma vida digna em que o respeito mútuo é pilar de sobrevivência. E o pior, neste tipo de cenário, a população elege um salvador da pátria para resolver todos os problemas. Alguém capaz de restabelecer a ordem, mesmo que à força. O remédio, para estes casos, sempre é pior do que a doença. Em épocas próximas de eleições, que possamos ter equilíbrio e sapiência, pois ditaduras estão territorialmente próximas a nós e geram consequências terríveis. Tenhamos racionalidade, pois ainda há um sopro de sociedade livre a qual deve ser necessariamente ampliada. Precisamos de uma nação melhor.