*Advogado
As dificuldades que os países encontram para seu desenvolvimento, na maioria das vezes, estão relacionadas à forma como a política e a economia estão sendo conduzidas. No Brasil, vivemos um cenário bastante desafiador, no qual os políticos não têm qualquer credibilidade e a economia estatizante, incompetente, assistencialista e arrecadatória não se desenvolve.
Aparentemente, vivemos uma das piores fases da nossa história. Muito provável que, em um futuro próximo, nossos netos estudarão esta como a pior época do Brasil, a grande crise, marcada por muita corrupção, impeachment, falência do Estado e tantas outras questões que estamos atravessando.
Agora, é curioso que, quando estamos no meio disso tudo, por mais contraditório que possa parecer, não encontramos tempo para pensar na sociedade, e focamos exclusivamente em nossos empregos ou negócios. E este foi o grande erro de uma geração inteira que deixou a política de lado e concentrou-se exclusivamente em suas atividades rotineiras. Cometemos um grande erro como cidadãos. Deixamos de lado setores importantíssimos da nossa sociedade. Permitimos que pessoas desqualificadas e, pior, mal intencionadas, assumissem cargos de extrema relevância. Consentimos que alguns intelectuais sem qualquer vínculo com a realidade moderna tomassem conta de inúmeras instituições de ensino públicas e privadas, transformando educação em direcionamento político e partidário.
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Temos entre nós um retrocesso. Doutrinações na base e corrupção no topo. E, não adianta, a única forma de mudar o futuro é passarmos a nos envolver efetivamente; deixarmos de “lavar as mãos” como se os problemas não fossem de todos.
Esqueçam o limite do voto consciente como a sua maior contribuição, como se isto, por si só, fosse capaz de mudar o estado das coisas. Avalie os resultados e pense: está satisfeito? Temos que mudar o comportamento e disponibilizar tempo verdadeiro para transformar a situação atual. Temos que dedicar nossas mentes, braços e pernas. Sair de uma posição inerte e dedicar nossos esforços para aquilo em que acreditamos. Caso contrário, não haverá futuro pelo qual lutar. O tempo já terá passado e, como em outros países da América do Sul, será tarde demais.