* Empresário, presidente do Grupo Dimed
O problema do Brasil não é o sistema da Previdência, apesar de que, sim, precisamos rever os benefícios dos funcionários públicos e o déficit da previdência rural, que são os grandes problemas de um sistema que já entrou em colapso.
O problema do Brasil não é a legislação trabalhista, apesar de que, sim, é importante modernizar leis que não atendem mais às demandas do mercado de trabalho e travam o empreendedorismo, fundamental fonte de riqueza de qualquer país.
O problema do Brasil não é a legislação tributária, apesar de que, sim, é essencial simplificar a legislação de forma a, além de simplificar a vida das empresas, torná-la mais justa para quem ganha menos e distribuir melhor a renda, pois só se constrói um país com uma classe média forte.
O problema do Brasil não é uma reforma política, apesar de que, sim, é importante reformar o sistema político, ainda que não através dos políticos atuais, que pouca representatividade possuem.
O problema do Brasil é a má-fé impregnada na sociedade brasileira.
Má-fé presente em parte do empresariado, que só pensa no lucro e no que o Estado pode fazer para que esse lucro cresça.
Má-fé dos políticos que criaram empresas como a JBS para poderem enriquecer a si e a seus partidos buscando perpetuação no poder.
Má-fé também de "clientes" que afirmaram ser seu direito comprar uma televisão anunciada por R$ 279 cujo preço correto era R$ 2.999.
Enquanto existir má-fé, não teremos um país, não teremos uma nação, teremos um amontoado de "Gersons" a falar a mesma língua.
Precisamos construir um país de respeito ao próximo, respeito ao público, um país mais justo, onde o pobre possa sonhar em deixar de ser pobre, um país onde as crianças possam ter uma boa educação, um país onde possamos caminhar nas ruas à noite, um país que tenha condição de proporcionar saúde às pessoas.
Precisamos de um país onde as pessoas tenham direitos, mas tenham também deveres, pois não se constrói uma nação querendo levar vantagem em tudo.