* Engenheiro civil
Em nosso atual estágio político sobram motivações aos cronistas no seu enfoque um tanto quanto analítico; daí a inspiração, mas também o desgaste mental, o tédio e a indignação social pela repetição de fatos absurdos personagens diversas. Isso deixa muita gente pouco à vontade para dizer em quem votou.
Nesses anos após a abertura democrática, confesso que votei em candidatos locais, os quais foram passando de vereadores, a deputados estaduais, deputados federais e assim por diante. Exceções para candidatos de cidades distantes pela excelência de suas ideias e ideais, coisas que não se compram em farmácias, mas resulta das vivências, amor ao próximo, inteligência e culturas respectivas.
Também confesso, embora respeitando diferentes pontos de vista contrários, que nunca votei em branco, ou anulei o voto, talvez na vaidade de escolher os melhores candidatos através da meditação cidadã e do raciocínio consequente; que votei, e pretendo continuar votando, com análise detalhada dos candidatos, mesmo que todos nós eleitores sempre sejamos os últimos a saber de tudo que se passa no interior dos gabinetes. Imaginando que a lei possui braço curto, velhas fuinhas, raposas felpudas e águias de rabos emplumadíssimos não respeitam as regras políticas e quando a imprensa escancara seus abusos simples e pateticamente os negam "veementemente".
Pelos noticiários é fácil verificar que hoje o discurso político ficou restrito basicamente a três temas: educação, saúde e segurança. No entanto, é vazio o discurso que fala em educação, e não em cidadania, pois a cidadania é que situa o homem no seu espaço social - cidadania implica em conhecimento histórico, filosófico e até mesmo, porque não, em conhecimento religioso. A educação, portanto, não se restringe ao conhecimento científico ou destinado ao mercado de trabalho, uma vez que o ser humano é muito maior do que isso. Em conceito mais amplo a educação também se torna agente da saúde, por ensinar hábitos saudáveis; e da segurança, por entender de direitos e deveres.
De qualquer sorte, só bons políticos é que possibilitarão melhores resultados sociais; sendo isso o que, em última análise, deles se espera através do voto consciente. Por certo, votando ou não, ainda estamos muito longe da paz de um povo feliz com a sua sociedade e seus governantes. Por vezes pensamos se isso realmente é possível, em face dos grandes interesses econômicos imediatistas que deixam em segundo plano a beleza da vida, a sua grande história, e o seu imensurável amor.