A nova relação de políticos implicados na Lava-Jato, com o fim do sigilo de revelações de executivos da Odebrecht, é aguardada com expectativa nos meios políticos e empresariais pelo seu potencial particularmente devastador. Ainda assim, não chega a significar um alento no combate à corrupção, já que muitos dos envolvidos nos desvios da Petrobras têm foro privilegiado. E, no Brasil, a banalização desse mecanismo costuma arrastar decisões, devido ao fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) não dispor de estrutura para julgar um número tão elevado de casos como o previsto. Até hoje, apenas quatro dos 55 nomes citados na primeira lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, há dois anos, viraram réus, sem uma única condenação.
Editorial
Morosidade incômoda
O Judiciário não pode permitir que a nova lista de envolvidos na Lava-Jato reforce ainda mais a sensação de impunidade entre os brasileiros.