Em brilhante entrevista na TV, que agora substitui despachos e sentenças, um magistrado ilustre defendeu o fim do foro privilegiado através de uma interpretação judicial (antes era por emenda). Propõe que o privilégio acabe quando o ato praticado seja alheio ao exercício da função. Quer dizer, em razão da matéria. Ratione materiae seria mais brilhante, ministro. Assim, agente público que atropele alguém, Justiça comum nele. Se bate a carteira do vizinho, também. Já, se manda eliminar manifestantes, ou matar um sem-terra, ou bate o carteirão da Petrobras, ou repete o governador Sérgio Cabral, privilégio assegurado. Se compra mandato, ou vende, também.
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