O ano começou bem com o Ibovespa subindo 7,4% em janeiro. Em 12 meses, o índice já acumula alta de 60%. Nos quatro janeiros anteriores, havia fechado em fortes quedas. Apesar da forte alta recente, não podemos esquecer que o pico da bolsa foi em maio de 2008, quando estava em 73.900 pontos, que corrigido pelo IPCA levaria o índice para 127.000 pontos. Logo, ainda temos um bom caminho de retomada para as ações.
O ano começa com otimismo de que as reformas devem finalmente sair do papel. A volta dos trabalhos no Planalto indica que o governo continua com uma excelente base de apoio para aprovação das reformas que o país tanto precisa para a retomada da economia. A reeleição de Rodrigo Maia em primeiro turno para presidente da Câmara dos Deputados e a eleição de Eunício Oliveira para presidente do Senado foram muito positivas, uma vez que ambos estão alinhados com a estratégia do presidente Temer.
A reforma da Previdência, que é a mais impopular e impactante nas contas públicas, deve ser a prioridade nas discussões. Do déficit total de 2016 do governo federal de R$ 154,2 bilhões, a Previdência foi responsável por R$ 149,7 bilhões. Mesmo que ainda não estejam sob os holofotes, em seguida provavelmente teremos as reformas trabalhista e tributária. Recentemente, foi divulgada uma proposta da Câmara dos Deputados que prevê a extinção de sete tributos federais (IPI, IOF, CSLL, PIS, Pasep, Cofins e Salário Educação), do ICMS (estadual) e do ISS (municipal). Em troca seriam criados outros três impostos: o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), o Imposto Seletivo e a Contribuição Social sobre Operações e Movimentações Financeiras. Dada a complexidade do tema, é bem provável que a reforma tributária seja feita em etapas.
A aprovação da PEC do Teto de Gastos Públicos e a expectativa da aprovação das outras medidas já estão se refletindo no mercado financeiro. A taxa Selic, que estava em 14,25% em outubro de 2016, já está em 13% e deve terminar o ano em 9,5%. O mesmo otimismo deve continuar influenciando a alta do Ibovespa.