Na fila para ser contemplado pelo socorro federal, depois da prioridade conferida ao Rio de Janeiro, o Rio Grande do Sul tem razões para defender a definição de contrapartidas caso a caso. Se a situação do Rio é considerada a mais grave, a ponto de ter sido atendido em primeiro lugar, fica mais fácil entender o rigor das exigências para o fechamento do acordo, que inclui até mesmo redução da jornada e salário dos servidores. O quadro gaúcho é igualmente sério, mas diferenciado.
Além de ter deixado a situação fiscal se deteriorar de forma acelerada, num cenário potencializado por episódios graves de corrupção, o governo fluminense se deu conta tarde demais da necessidade de partir para o rigor fiscal. O Rio Grande do Sul, diferentemente, antecipou-se na adoção de medidas de austeridade. Muitas das contrapartidas apontadas como pressuposto para um acerto com a União começaram a ser implantadas já em 2015.
A exemplo do Rio, o Estado precisa de um alívio nos desembolsos da dívida com o governo federal. Mas, por mais que a austeridade se imponha como prática permanente e generalizada para os próximos anos, as exigências precisam ser proporcionais à capacidade de cada Estado de honrá-las.