Aguardada durante muitos anos como um instrumento eficaz para reduzir os crimes relacionados a furto e roubo de carros, a Lei dos Desmanches pouco contribuiu para tranquilizar os gaúchos até agora. A razão é inaceitável, pois se deve em grande parte à falta de fiscalização e mesmo ao desinteresse do poder público em aplicá-la com rigor. Os contribuintes não podem se conformar com o fato de a situação ter chegado a esse ponto, mesmo depois de alterada a legislação. O comércio ilegal de peças está diretamente associado à banalização de furtos e roubos de veículos, que implicam riscos permanentes à vida da população.
O que preocupa particularmente na reportagem publicada ontem em Zero Hora é o fato de até mesmo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) manter um verdadeiro cemitério de automóveis em campo aberto. Os veículos retidos em depósito oficial devido a infrações, acidentes, furtos ou roubos ficam totalmente expostos à ação do tempo e de criminosos, o que é inconcebível.
É preciso pôr em prática uma mudança radical e imediata nessa área, dando início a ações que imponham o cumprimento da lei. O aprofundamento da crise econômica acaba estimulando o comércio ilegal de autopeças e, em consequência, os furtos e roubos de veículos. É inadmissível que os cidadãos fiquem expostos ainda a mais riscos por falta de ação do poder público.