Apesar da natural perplexidade provocada pela delação premiada de executivos da empreiteira Odebrecht, o país precisa encarar com serenidade os processos de investigação e julgamento dos acusados, para evitar que o terremoto político arruíne o que resta de estabilidade e retarde ainda mais a retomada da normalidade econômica. É imprescindível continuar observando a premissa democrática de que delação não é prova, para que todos os acusados tenham amplo direito de defesa. Não pode haver caça às bruxas nem condenações prévias, pois a demonização da política e a desmoralização das instituições costumam gerar aventuras autoritárias. A Lava-Jato tem que levar o país a um novo patamar de seriedade de suas instituições, não a retrocessos. Mas todos os que comprovadamente se envolveram com a corrupção têm que ser devidamente responsabilizados, na forma da lei e na dimensão de seus delitos.
Editorial
O poder corrompido
O Brasil precisa manter a integridade de suas instituições democráticas para enfrentar dificuldades e buscar soluções para a crise econômica.