CRISE DO RIO GRANDE DO SUL
Sem focar em quem deu origem à atual situação econômico-financeira do Estado, sou forçado a concordar com a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer: "Parece que o Rio Grande do Sul passou a ser o laboratório de extermínio do serviço público. Desde janeiro de 2015, cobramos medidas, como atacar a sonegação e os incentivos fiscais, mas o governo optou por cobrar toda a conta do funcionalismo" (ZH, 28/12). Verdade! Principalmente depois que o governo (ajudado pelo Legislativo e pelo Judiciário) extingue estatais, não cobra devedores (e são muitos), não paga (impunemente) o 13° salário integral aos celetistas (descaracterizando a natureza e a finalidade do mesmo), demite servidores concursados, mas paga, com prioridade, sem problemas, segundo a mídia, trabalhos efetuados por consultoras privadas e, ainda, mantém CCs que deveriam ser exonerados em razão da crise. Postura imoral!
José O. R. Sayago
Economista – Porto Alegre
ACEITAR A REALIDADE DÓI MENOS
Essa crise financeira de Estados e municípios do país tem como causa a irresponsabilidade política que só visa ao poder, à corrupção e ao apetite insaciável das corporações por mais salários e vantagens. Isso é fato! No entanto, as pessoas andam preferindo uma mentira acolhedora a uma verdade dura e libertadora.
Assis Vieira
Jornalista – Montenegro
DONOS DO PODER
Mais uma vez, os donos do poder (banqueiros, empresários e mídia) estão tentando ditar as regras. O primeiro ponto: o empregado público é o culpado pelo caos que viraram o Brasil e o Estado. O segundo ponto: a classe empresarial brasileira é altamente eficiente e honesta e os políticos brasileiros trabalham somente em prol do povo brasileiro. Que outras regras a elite brasileira poderá apresentar para demonstrar o quanto ajuda no desenvolvimento do Estado e do país sem qualquer interesse subalterno? Esta é uma resposta que ninguém sabe. Seria bom perguntar?
José Miguel Bittencourt
Viamão – Técnico industrial
SAGRADOS DUODÉCIMOS
Algumas manifestações oriundas do "Estado rico" caem muito mal aqui no "Estado pobre". Soam como escárnio ou tripúdio sobre a infeliz situação dos servidores públicos do Poder Executivo. Fosse correta a atual distribuição da escassez, suportada só pelos que labutam no lado pobre, teríamos de admitir que, se as dificuldades continuarem a crescer, nada receberemos aqui para que nada falte lá. Aos chamados poderes só faltará algo quando mais nada houver do lado de cá que lhes possamos enviar. Quando se estabeleceu o atual sistema de separar parte do orçamento para os poderes, nenhum "duodécimo das dívidas" foi enviado junto com ele. O "passivo" maior ficou com o Executivo, com mazelas que só desabam do lado de cá. Assim, enquanto se espera que o Supremo Tribunal corrija o que está errado e injusto, só resta, por aqui, pedir que parem de tripudiar sobre a dor alheia.
Carlos do Amaral Terres
Advogado – Porto Alegre
Quero parabenizar a talentosa escritora Martha Medeiros pela crônica "Carta para Papai Noel", pedindo a ele que as pessoas voltassem a morrer de morte natural (ZH, 24 e 25/12). Excelente. É triste o tema, mas tem tudo a ver com nossa realidade, infelizmente. Vemos tantas desordens, maldades, irresponsabilidades, badernas e nos perguntamos por quê.
Milda Ughini Colpani
Aposentada – Passo Fundo
Depois de a Olimpíada de 2016 trazer à mídia uma série de matérias que mostram como as atletas são tratadas pelos meios de comunicação de forma sexista, Zero Hora reforça os estereótipos de gênero (ZH, 29/12). Caju Freitas anuncia "A musa está de volta". A "musa" em questão é a lutadora de MMA Ronda Rousey. Por que não "A lutadora está de volta" ou "A campeã está de volta"? Se fosse um lutador, a manchete seria "O muso está de volta"? E para quem julga exagero ou patrulha ideológica: as palavras contam. Deixemos o epíteto musa para as candidatas a miss ou garota verão.
Cíntia Vieira Souto
Servidora pública – Porto Alegre
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