Nos períodos pós-guerra ou pós-crises econômicas profundas, as nações experimentaram crescimento significativo quando a base da sua juventude estava disposta a lutar por um país mais pujante com menos benefícios e mais desafios. Pessoas com muito pouco, Estados dilacerados, mas a certeza da necessidade da construção de um mundo melhor para sua geração e as próximas.
No Brasil, após inúmeros anos de políticas assistencialistas, em que se criou o conceito de guerra entre ideais e a ditadura das minorias, estamos convivendo com uma parte da juventude pseudo-partidária, despreparada, que entende que pode lutar por coisa nenhuma prejudicando a coletividade. A tomada das escolas e das universidades, lugares sagrados de aprendizado, é a maior prova disto. Trata-se de insanidade, em pleno século 21, que locais públicos sejam bloqueados por algumas pessoas defendendo de forma raivosa a bandeira dos seus direitos, esquecendo-se dos direitos individuais da maioria. Por outro lado, grande parte da sociedade sente-se anestesiada perante a incompetência do Estado em cumprir minimamente o seu papel de liberar o ambiente educacional.
Infelizmente, o aparelhamento do ensino no Brasil está chegando ao ápice e isto é extremamente sério. Como estudantes conseguem passar dias sem estudar ou trabalhar, em uma das piores crises econômicas já vividas no Brasil? Quem sustenta estas pessoas? Qualquer cidadão sem benefícios, ao contrário de algumas minorias, tem que trabalhar todos os dias e estudar à noite ou vice e versa. Trata-se de uma injustiça desmedida. Trata-se da tomada à força de um espaço voltado para o crescimento das pessoas. Uma grande lástima.
Por tudo isto, é possível entender porque determinados grupos são contra a "Escola sem Partido". A partidarização das instituições de ensino sempre foi do interesse daqueles que continuam tentando fazer deste ambiente o celeiro de companheiros. É preciso mudar, tornar o ambiente escolar um local de aprendizado verdadeiro. Aliás, há muitos anos não assistimos manifestações por mudanças profundas nas condições de ensino e preparação de professores. Será que isto não interessa?