O resultado de anos de gastança desenfreada e inconsequente de um país com políticas assistencialistas irresponsáveis está chegando ao fim do poço. No Rio Grande do Sul, a realidade já vem sendo sentida por todos, com parcelamento de salários e baixíssimos investimentos em segurança, educação, saúde, enfim, em praticamente todos os setores estatais.
O Rio de Janeiro, declarado pelos poetas como a Cidade Maravilhosa, tenta aprovar hoje um pacote extremamente duro que prevê corte de gastos, inclusive corte de parte dos salários dos servidores e aumento de impostos. Tudo consequência de péssimas gestões que não conhecem seus ativos e desprezam seus passivos. Estados falidos, como grande parte das empresas, num espiral vicioso. No momento em que o ente público mais precisa de tributos, há a retração de mercado gerada pela crise econômica e, por consequência, de consumo. E, no fim disto tudo, menor arrecadação. Apesar de ser uma novela com fim previsível, parece que estamos chegando ao final e medidas antipáticas deverão ser tomadas, caso contrário, vamos parar.
Porém, não há mais espaço para aumento de impostos. Chega! Se o Estado fosse um ente privado, já teria deixado de existir, porém, como propõe fazer o Rio de Janeiro, o ente público tem aparente fonte inesgotável de recurso que é o nosso bolso. Quando se aumentam os impostos, ao contrário do que muitos pensam, todos pagam. Não há classe social isenta. O tributo está em tudo, na luz, na água e nos alimentos. Somos penalizados por consumir, trabalhar ou gerar empregos. Respirou, pagou. A velha forma de fazer política: “quando apertar o caixa do governo, tire mais da população”.
Ao invés de olhar para as despesas e receitas não cobradas, sobretaxa-se a todos. Que o péssimo exemplo do Rio de aumentar impostos não seja utilizado pelos demais. Estamos muito próximos de eleições e precisamos avaliar bem nossos candidatos. Temos que votar para nos livrar daqueles que querem transferir todo o peso da crise para os cidadãos, ao invés de olhar para dentro e tornar, neste caso, as prefeituras mais eficazes.