Candidatos são postos à venda como marcas diferentes de sabão em pó. Todos oferecem algo "novo" ou "inovador" ou alguma "mudança" ou "melhoria". Afinal, quem não quer um "novo desenvolvimento", um "novo modelo", um "novo tempo", "novas ideias" e "novas tecnologias", para aumentar o bem e diminuir o mal? Na propaganda eleitoral, a linguagem poética, as imagens de tirar o fôlego e as "musiquinhas" (jingles) animadoras são elementos de um enredo que serve mais para iludir do que para informar. A orquestração de falas e sons é parte de um espetáculo cujo propósito é instilar simpatia pelos candidatos dentro de mundos e cenários que não são necessariamente os que vivemos.
Artigo
Flávio Comim: a ilusão do voto
Professor de Economia da UFRGS