Treinador revelação do Brasileirão 2015, mesmo sem grandes avanços na atual temporada, Roger Machado é um técnico promissor aos 41 anos. Ele não teve no Grêmio o apoio qualificado que os treinadores emergentes merecem nos grandes clubes. Seu trabalho foi dilapidado por dirigentes políticos, torcedores com a farda de diretores de futebol em um clube que gera quase R$ 200 milhões por ano.
A falta de profissionalização no vestiário tricolor detonou Roger, que cometeu muitos erros, óbvio, e abriu um crise profunda. Será difícil, quase impossível, encontrar um substituto com as mesmas características de Roger no país, mesmo que a sua teoria muitas vezes não tenha funcionado na prática do campo.
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O mercado brasileiro está fechado. Os melhores lideram os principais times do Brasileirão. Não vão sair. Muitos não querem um mandato-tampão.
O Inter precisou buscar Celso Roth numa emergência e que só voltou ao Beira-Rio com a proteção toda especial de Fernando Carvalho. Os bons treinadores argentinos não aceitam contratos de curta duração.
O clube não pode contratar um treinador qualificado por dois anos neste momento e atenuar a grave crise. Uma eleição presidencial no final do ano impede uma mudança com olhos no futuro. O presente da atual gestão está em jogo.
O treinador ideal seria o paulista Eduardo Batista, da Ponte Preta, um dos melhores da temporada. Mas ele não deixaria São Paulo para assinar um contrato de emergência no Rio Grande do Sul.
Ao perder Roger, o Grêmio navega na incerteza. Nem sabe mais o que quer e o que fazer. Na pressa, pode contratar um nome incapaz de recuperar o time, ainda lutar pelo G-4 e avançar na Copa do Brasil.