Na cronologia do processo de impeachment, podemos dizer que a data inicial foi no dia 2 de dezembro de 2015, quando o presidente da Câmara dos Deputados aceitou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Nesta ocasião, o Ibovespa estava em 44.914 pontos. Seguindo a cronologia, a votação pelo prosseguimento do processo ocorreu no dia 17 de abril de 2016, com o Ibovespa em 53.227 pontos. Dessa forma, podemos observar que, nesse período, o Ibovespa subiu 18,5%, apenas com a expectativa de afastamento da presidente e consequente mudança de governo.
A próxima etapa foi quando o Senado aceitou a continuidade do processo, no dia 12 de maio. Neste momento, o Ibovespa atingiu 53.214 pontos. O afastamento definitivo da presidente ocorreu apenas no dia 31 de agosto, quando o Ibovespa alcançou 57.901 pontos. Assim, a bolsa brasileira registrou uma valorização de 28,9% entre a abertura do processo e a conclusão.
O simples fato de afastar a ex-presidente de suas funções e dar um novo rumo para a economia brasileira já melhorou as expectativas para a recuperação do país, bem como a confiança dos empresários e dos consumidores. O Relatório Focus do Banco Central, que traz projeções de analistas, passou a mostrar melhora no crescimento do PIB para os próximos anos, que também seria acompanhada de queda na inflação e na taxa de juro. O dólar, que era cotado a R$ 3,85 no dia 2 de dezembro de 2015, recuou para R$ 3,24 em 31 de agosto, uma queda de 16%.
Passado o processo de impeachment, o presidente empossado Michel Temer já declarou que se dedicará à mobilização para a aprovação do teto de gastos públicos e das reformas previdenciária e trabalhista. O trabalho vai ser feito junto ao Congresso e conscientizando a população da necessidade das reformas para que o país volte a crescer e gerar empregos. Os desafios são grandes, pois os temas são delicados e devem sofrer certa resistência de uma minoria da população que é beneficiada pelo ambiente atual. No entanto, hoje o Brasil tem aproximadamente 12 milhões de desempregados que necessitam entrar urgentemente no mercado de trabalho e, sem essas reformas, o país não irá vencer a crise. Portanto, é necessário que o governo enfrente as pressões de minorias e consiga aprovar as medidas necessárias.
Caso a aprovação das reformas ocorra com sucesso, o próximo passo para a retomada da economia será o inicio da redução da taxa de juro. Com isso, o país poderia iniciar um novo ciclo de crescimento, investimento e emprego. Esse processo de reformas econômicas não deve ocorrer sem contratempos. Ainda assim, parte delas deve ser aprovada, mantendo uma tendência positiva para a bolsa brasileira.