Estudos científicos demonstram que quando somos bebês tentamos pegar a nossa própria mão, pois não sabemos que ela faz parte do nosso corpo, ou seja, não somos conscientes de nossos limites. Com o tempo, vamos amadurecendo e conhecemos não só os limites do nosso corpo, mas também os limites de nosso comportamento em sociedade.
Na última semana, um bando de arruaceiros passou a desconhecer o limite da vida em sociedade, em Porto Alegre, e parece que isto é normal. Tivemos atos de vandalismo contra o patrimônio público e privado.
Imagino que estas pessoas, que desconhecem o que é viver em sociedade, devam ter uma casa, uma família. Penso que devem chegar em casa e contar para alguém a destruição que causaram, porque ninguém faz o que se tem feito em nossa cidade e fica quieto. Será que perdemos totalmente o controle sobre as pessoas? Será que não existem mais pais, esposas ou irmãos que utilizem a razão e que digam que não é destruindo a propriedade pública ou alheia que se conquistam direitos? Seria demais pedir que algum dos arruaceiros tivesse lido sobre a luta de Mahatma Gandhi?
Estes atos de vandalismo tiveram origem no movimento que protesta contra um alegado golpe contra a democracia em nosso país. Não quero acreditar que pessoas que defendam a democracia, que queiram um Estado legítimo e detentor do verdadeiro poder que vem do povo, estejam destruindo não só propriedades privadas, mas também bens de todos nós cidadãos porto-alegrenses.
Gostaria muito de saber o que falta para nossa polícia prender estas pessoas que queimam contêineres de lixo, desviam todo o trânsito da cidade e deixam milhares de pessoas assustadas e presas em suas residências.
Que os que apregoam o golpe digam em alto e bom som que são contra estes atos, que os órgãos de segurança retomem a paz na cidade, que possamos todos voltar para nossas casas em segurança. Não é possível que continuemos a assistir cenas de batalhas campais na Cidade Baixa ou no Bom Fim.
Em um Estado democrático de direito todos nós cidadãos temos direitos e deveres. Quero exercer o meu direito de poder sair à noite em Porto Alegre.