Analisando os resultados do segundo trimestre das empresas de capital aberto, percebemos que de uma amostra de 352 empresas, das quais, para evitar distorções, foram excluídas Petrobras, Vale, Eletrobras e bancos, a receita líquida consolidada caiu 1,7% ante o segundo trimestre de 2015, em termos nominais. Isso mostra que as companhias tiveram forte queda real na receita, visto que a inflação do período foi de 8,8%. O lucro dessas empresas recuou 23,5%, atingindo R$ 15 bilhões, enquanto o endividamento subiu apenas 2,2%, ajudado pela queda do dólar.
Olhando para esse quadro geral, o desempenho no segundo trimestre foi pior do que no anterior. Neste, tivemos uma forte queda do dólar, prejudicando o resultado de empresas exportadoras ao mesmo tempo em que a inflação permaneceu elevada e provocou pressão de custos e despesas nas companhias.
O setor bancário, que vinha apresentando lucros crescentes até 2015, registrou nova queda no segundo trimestre com um recuo de 10,4%, passando de um lucro líquido consolidado de R$ 15,4 bilhões para R$ 13,8 bilhões. Esse desempenho foi bastante impactado por provisões adicionais, refletindo o atual cenário de maior inadimplência.
Após três trimestres seguidos de prejuízo, a Petrobras apresentou um lucro líquido de R$ 370 milhões no 2° trimestre. O resultado ainda é pequeno, mas já mostra mudanças na gestão da empresa. Neste período, o resultado foi ajudado pelo crescimento de 7% da produção total, pela redução do endividamento em 19% devido à valorização do real em relação ao dólar e pela área de abastecimento que está recompondo as perdas do passado. Além disso, a companhia ainda apresentou redução dos custos administrativos. Um programa de venda de ativos está sendo implementado para reduzir o elevado endividamento da empresa.
Apesar dos resultados ainda não apresentarem sinais de melhora, a bolsa já está antecipando um cenário econômico mais favorável, conforme o relatório Focus do Banco Central está projetando. Segundo o Focus, o PIB em 2016 deve recuar 3,2% e crescer 1,1% em 2017. Em maio deste ano, a projeção para o crescimento em 2017 era de apenas 0,2%. O Ibovespa encerrou na sexta-feira em alta no mês de agosto de 3,1% e no ano alta de 36,3%.