A situação econômica a que o Estado do Rio Grande do Sul chegou é muito preocupante. Nem mesmo o acordo feito com a União, que deu carência para os Estados pagarem suas dívidas, foi suficiente para que a folha de pagamento dos funcionários públicos fosse quitada em dia. Pelo contrário, a situação continuou se agravando com a redução na parcela inicial do pagamento do funcionalismo. Não é justo que policiais que arriscam diariamente suas vidas para dar segurança à população estejam preocupados em não ter como pagar suas contas e, muitas vezes, pagando juro do cheque especial por irresponsabilidade dos gestores que o RS teve. Assim como o RS, diversos Estados estão na mesma situação ou pior. O RJ já está com o salário atrasado em mais de um mês, e o governador decretou estado de calamidade pública.
Na administração pública, falta responsabilização do gestor pelos erros cometidos durante seu mandato. Hoje, a sociedade brasileira sente na pele os desmandos cometidos na gestão pública nos últimos anos. Enquanto isso, os gestores responsáveis podem se mudar para outro Estado e desaparecer da vida pública. Fica a pergunta: onde estão todos os gestores que colocaram o Estado nessa situação?
O que acontece com RS, RJ e outros Estados brasileiros é que as despesas, principalmente com pessoal, cresceram, nos últimos anos, mais do que seria responsável. Agora, com a crise e a consequente queda na arrecadação, os Estados não estão tendo receita suficiente para honrar seus compromissos.
Não vai sobrar alternativa para os Estados que não seja efetuar um plano de venda de ativos.
De que adianta o Estado ter um banco, uma distribuidora de energia ou uma empresa de saneamento, se não é capaz de pagar os salários dos servidores em dia? No RS, temos poucos ativos que poderiam ser vendidos, sendo Banrisul, CEEE e Corsan os principais. Entre esses, o único ativo que o nosso Estado poderia vender com potencial de gerar caixa para reestruturar suas contas e ainda sobrar dinheiro para a realização de investimentos é o Banrisul, uma vez que a venda dos outros ativos não levantaria recursos suficientes, apenas empurraria o problema para frente.