Ainda que o procurador-geral da República mereça a confiança da população brasileira por sua atuação firme e sensata na condução da parte que lhe compete da Operação Lava-Jato, não se vislumbra, pelas informações divulgadas até o momento, argumento definitivo para o pedido de prisão dos senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, e do ex-presidente José Sarney, encaminhado pelo senhor Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal. Não se trata de defender os caciques do PMDB, contra os quais pesam sérias acusações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em sua delação premiada. Quanto a isso, no devido tempo e na forma da lei, eles terão que responder. O que causa dúvidas, até agora, é a falta de clareza e de motivos concretos para a proposição de uma medida tão radical, que autorize uma inédita interferência do Judiciário no Legislativo.
Editorial