Logo depois de sair com o discurso de que o PT se “lambuzou” no poder, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) entrou na mira da Lava-Jato. As mensagens do celular de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, insinuam trocas de favores. A artilharia não surpreendeu o PT. Acredita-se que demorou para Wagner aparecer. Governador da Bahia por dois mandatos (2007-2014), onde não há governo sem a bênção de OAS e Odebrecht, ainda deu guarida em seu secretariado a Sergio Gabrielli, que presidiu a desfalcada Petrobras. Dilma Rousseff sabia dos bônus e ônus de ter Wagner na Casa Civil. Colocou-o na Defesa, mas mudou de ideia. Bancou a aposta, assim como fez com Edinho Silva, tesoureiro de sua campanha, na Secretaria de Comunicação. Edinho virou investigado no STF, caminho que o governo considera inevitável no caso de Wagner. O desgaste da Lava-Jato entrou (de novo) no palácio. Fica a dúvida se Wagner conseguirá reerguer a chefe ou se sofrerá por ter comido melado demais.
TIRA-TEIMA
No PT, corre a opinião de que o real desgaste na imagem do partido será medido nas eleições municipais. Existe o risco de a sigla ficar sem prefeitos em capitais. Há quem considere possível a reeleição de Fernando Haddad (PT) em São Paulo. Seria um sopro de ânimo para 2018.
FÔLEGO
Recuperado de uma hérnia de disco, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) busca fôlego em Florianópolis. O deputado retomou as corridas, pretende disputar provas de 10 quilômetros. Anuncia “gás total” na oposição e na disputa pela prefeitura de Porto Alegre.
SAI OU NÃO SAI?
Em março, o PMDB ensaia aprovar em sua convenção a saída do governo Dilma Rousseff. Engana-se quem pensa que o partido vai entregar cargos no mesmo dia. A ideia é definir uma data para o desembarque, que pode ser apenas em 2018. Vai inaugurar o “sair sem sair”.
PRETÉRITO
A possível delação premiada do ex-presidente do PP Pedro Corrêa (PE) deixa diferentes gerações de deputados do partido de orelhas eriçadas. Condenado no mensalão e encrencado na Lava-Jato, Corrêa quer falar do passado, ou seja, de rolos de uma década atrás.
RBS Brasília
Wagner e o melado
Após declarações sobre o PT, ministro Jaques Wagner entrou na mira da Lava-Jato
Cleisi Soares
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