Acredita-se que foram disponibilizados pela "pátria educadora" 250 mil financiamentos estudantis para os cerca de 5 milhões de estudantes universitários no país, que estudam em instituições privadas. E corram, pois esta oferta é só por três dias. Não sei por que, mas este prazo lembra muito mais uma liquidação de loja, do que financiamento para o ensino superior. O termo acredita-se, com o qual começo o artigo, não é relativo ao número de estudantes que podem aderir ao financiamento, mas sim em relação ao número de financiamentos que estão sendo ofertados.
Desde que este gerenciamento ficou a cargo e está atendendo a decisões unilaterais do MEC, todos os números referentes ao FIES devem ser relativizados. O FIES se transformou em uma caixa preta, inviolável e que só o governo federal sabe o segredo. Desconfio, às vezes, que o governo fechou a caixa com o segredo dentro. Temos alguns números, tais como que em 2014 (será que por ser ano eleitoral?), foram disponibilizados 750 mil financiamentos, e aí não importava, nota do ENEM, em que Estado morava o aluno, a avaliação do curso, ou o curso escolhido. Bastava querer estudar que o governo financiava. Já em 2015, quando acabou o país da eleição e apareceu o Brasil real, os financiamentos caíram para menos de 300 mil. O discurso foi de que era preciso ter austeridade com o dinheiro público. É preciso ter austeridade com o Fundo Partidário, é preciso combater a corrupção e acabar com o amadorismo gerencial no país. Vou ousar utilizar um artifício do ex-presidente Lula, ou seja, as comparações que ele gostava de fazer, pois o Brasil que terminou 2015 parece um time de futebol que está em crise, só que como o país não tem treinador para trocar, troca-se o Ministro da Fazenda.
Por que é tão difícil para o governo federal entender que deve ser prioritário investir em educação? Por que é tão difícil ser transparente? Basta uma relação, por Estado, por instituição e por curso dos financiamentos oferecidos, que saberemos o que quer o governo federal, ou será que ele prefere a nossa ignorância.