Onde foi parar o brasileiro cordial? Foi o que questionei nesta semana, durante mais uma cobertura, a da greve dos caminhoneiros. A cordialidade foi atribuída ao nosso povo por Sérgio Buarque de Holanda (bastante respeitado, muito antes de ser conhecido como o pai do Chico Buarque...) no seu clássico Raízes do Brasil. O antropólogo se referia a emotividade, informalidade. Já eu me refiro ao ato de ser cortês, mesmo. Seja qual o sentido, deve estar em falta no mercado. Ao questionar um grevista sobre a curiosa pauta da greve - que ia do frete à derrubada da presidente Dilma -, fui enxovalhado nas redes sociais, à direita e à esquerda. "Esse jornalista conseguiu a façanha de achar um único caminhoneiro iludido, em meio a 5 mil contrários ao governo mais corrupto da história global", falou um leitor antipetista, puxando um coro de centenas de mensagens contra a matéria e o autor (eu).
Opinião
Humberto Trezzi: petralha, coxinha ou jornalista?
Jornalista, repórter especial de ZH
Humberto Trezzi / Brasília
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