As centrais sindicais entregaram pedido de reajuste do salário mínimo regional do Rio Grande do Sul ao Executivo e ao Legislativo gaúchos. O documento traz embasamento econômico e social que reafirma a importância do mínimo regional. O reajuste de 11,55% solicitado equivale a 1,3 salários mínimos do país.
Ao contrário do que defendem segmentos empresariais, a manutenção e o fortalecimento do piso regional são muito importantes para a economia do Estado. Ele beneficia mais de 3 milhões de trabalhadores e representa um poderoso instrumento de democratização da renda, desenvolvimento regional e melhoria da qualidade de vida.
O piso regional protege categorias sem sindicato ou frágeis em sua representatividade sindical, como no caso dos empregados domésticos. Além disso, ao elevar a base salarial, ajuda a inibir a alta rotatividade que atinge hoje mais de 55% dos trabalhadores.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, desde que o piso regional foi criado no RS, em 2001, o emprego formal cresceu 53,4% e houve queda de 7% no número de empregados sem carteira de trabalho assinada. Além disso, entre 2001 e 2013, foram criados 1,05 milhão de novos postos de trabalho, e o rendimento domiciliar per capita do Rio Grande do Sul, em 2014, foi de R$ 1.318,00, ficando atrás apenas do Distrito Federal e de São Paulo, segundo o IBGE.
As entidades patronais, ao proporem reajuste zero, agem de maneira incoerente. Com a inflação alta, que atinge dois dígitos, eles já repassaram aos seus produtos e serviços este índice. Ao não concordarem com a necessária recuperação das perdas sofridas no piso regional, só demonstram que o que vale são os seus lucros acima de tudo. Um capitalismo selvagem que tenta impor mais trabalho com menos salário.
Defendemos o diálogo e a negociação, desde que esta esteja embasada na coerência e na perspectiva de uma união que tenha como base a defesa de um projeto de retomada do desenvolvimento do Estado com a valorização do trabalho.