Na última semana, o Grupo RBS apresentou aos seus públicos, por meio de uma campanha multimídia, a decisão estratégica sobre seu propósito. Informar para transformar é a "revalidação de um compromisso empresarial com o jornalismo, o entretenimento e, principalmente, com a sociedade", diz o manifesto.
Mas, afinal, o que é um propósito? Qual é o poder do propósito dentro de uma organização?
As mudanças ocorridas nos dias de hoje são as mais significativas desde a Revolução Industrial. Com o surgimento da era digital, o indivíduo e suas relações de consumo foram reinventados. Se, por um lado, a velocidade da informação, as novas configurações demográficas, o avanço tecnológico e a sociedade em rede aparecem como evolução deste novo tempo, por outro, as crises econômicas geradas pelo capitalismo, a falta de confiança nas instituições, e a degradação ambiental, surgem como contradições deste mundo globalizado.
Cada vez mais, as empresas estão sendo cobradas para terem um desempenho mais humano e social, além do econômico. Frente a esses desafios, surge uma abordagem revigorante e transformadora em contraposição a esse modelo em declínio. Um conceito mais consciente, gerador do desenvolvimento econômico sustentável, capaz de criar condições para a felicidade e o bem-estar das pessoas, o propósito.
O fundador da BrightHouse, Joy Reiman, aborda com propriedade o assunto no livro Propósito (HSM, 2013). Segundo Reiman, o propósito não apenas gera valor a um negócio, mas, fundamentalmente, atribui maior valor à vida das pessoas. Quando uma empresa comunica claramente o seu "porquê", a revelação desse propósito permite articular a razão de ser de uma organização com aquilo de que o mundo precisa.
No Capitalismo Consciente (HSM, 2013), de John Mackey e Raj Sisodia, o propósito é um dos princípios dessa mudança. Ele cria engajamento entre todos os públicos de interesse e estimula a criatividade, a inovação e o comprometimento organizacional.
Os tempos são outros. Para uma empresa se tornar consciente, não basta ela só existir, muito menos revelar o que sabe fazer bem, tampouco apontar o seu caminho no futuro. Uma empresa consciente precisa estar comprometida com a sociedade e, necessariamente, precisa entender por que existe.