Editorial publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na quinta-feira. Entre as mais de 3 mil manifestações, incluindo Facebook e Twitter, houve 78% de discordância e 22% de aprovação. Os comentários abaixo foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão: Editorial diz que facilitar a compra e a posse de armas beneficia os criminosos. Você concorda?
Depois de 12 anos de vigência e de comprovada eficácia na preservação de vidas, o Estatuto do Desarmamento está ameaçado de morte pelo lobby dos defensores das armas e pelo desamparo da população diante da inoperância do poder público em protegê-la. Neste contexto, acaba de ser aprovado pela comissão especial da Câmara Federal o texto-base do Projeto de Lei 3.722/12, batizado ironicamente de Estatuto de Controle de Armas de Fogo, que na verdade afrouxa as restrições para o porte e a compra de armas. Como as pesquisas e as forças policiais indicam que cerca de 80% das armas apreendidas no país, vinculadas a crimes, são de fabricação nacional, pode-se concluir que muitos criminosos estão sendo armados por cidadãos que compram legalmente esses equipamentos, na ilusão de se defender.
As mudanças propostas são estarrecedoras: redução de 25 para 21 anos da idade mínima para a compra de armas, ampliação de três para 10 anos da validade de autorização do porte, permissão para porte e compra por parte de pessoas que respondem a inquérito policial ou processo criminal e - o que espanta neste momento de descrédito da classe política - extensão do direito permanente de porte, hoje reservado a militares, policiais, promotores e juízes, a deputados e senadores.
Como bem definiu um dos parlamentares integrantes da comissão que aprovou a mudança, o deputado Rogério Mendonça (PMDB-SC), a regra atual aponta para a proibição, a nova contempla a permissão. O projeto ainda precisa passar pelo exame do plenário da Câmara, pelo Senado e pela sanção da presidente da República, mas já provoca debate acirrado. Enquanto setores comprometidos com os direitos humanos se articulam para derrubar o projeto, muitos cidadãos acreditam que adquirir uma arma é a única forma de defesa diante da criminalidade crescente. Há, realmente, casos específicos em que moradores de áreas rurais e isoladas necessitam de armas para a proteção pessoal, o que o atual Estatuto do Desarmamento já prevê, desde que a situação seja submetida à apreciação da Polícia Federal.
Mas, nos centros urbanos, a liberação de armas para cidadãos só ajuda a elevar a violência, além de absolver o poder público da inoperância na proteção à sociedade. Compreende-se o clamor de algumas pessoas por armas: os criminosos é que precisam ser desarmados, não os cidadãos. Porém, facilitar o acesso às armas não ajuda nisso e ainda agrava os riscos para quem quer apenas viver em paz.
O LEITOR CONCORDA
Concordo! Facilitar a compra e a posse de armas beneficia os criminosos. Qualquer idiota com mais de 21 anos, mesmo que esteja processado, poderá ter porte de arma. O país não tem maturidade emocional para um projeto dessa magnitude. Qualquer discussão entre vizinhos ou bate-boca por causa de futebol acabará em tiroteio, balas perdidas e tragédia.
JOSÉ MAURÍCIO GUIMARAES - BELO HORIZONTE (MG)
O LEITOR DISCORDA
Eu não concordo com o questionamento. Bandido não precisa de autorização pra ter arma e eu quero o meu direito de ter a minha e proteger o meu templo, proteger a mim e aos meus. Sou contra o desarmamento...
CARINA LEMES - PORTO ALEGRE (RS)
A facilitação na compra de armas de fogo não necessariamente irá beneficiar os criminosos. Muito pelo contrário, antes de invadir uma casa, assaltar, estuprar ou matar, o indivíduo irá pensar duas vezes, pois terá que enfrentar o dono do imóvel também armado, ou seja, o oportunismo irá diminuir, pois a pessoa de bem tem o direito e as ferramentas para defender sua família e seu patrimônio.
SIDINEI ANDRÉ ROOS - FREDERICO WESTPHALEN (RS)
Facilitar a compra e o porte de arma de fogo ao cidadão e não ao marginal, que é o que está previsto no PL 3.722/12, só ajuda ao cidadão na garantia de sua vida exercendo a legítima defesa. Quem não gostar de armas, ou não as quiser, que não as compre.
CÍCERO VIANA ALMEIDA - RIO DE JANEIRO (RJ)
Editorial de ZH é imoral e mal-intencionado, chama o cidadão que quer poder ter o direito de se defender de bandido. Por isso vocês perdem assinantes. Bandido só compra arma no mercado negro, ou com o Estatuto do Desarmamento não vimos mais os bandidos armados por aí? Bandido é quem teve a coragem de formular uma frase assim para enganar as pessoas! Editorial cínico.
LEONARDO PIVETA - GARIBALDI (RS)