Cansados de esperar pela duplicação da ERS-118, rodovia que liga Viamão a Sapucaia do Sul, líderes das principais entidades empresariais da região estão pedindo o que há alguns anos seria inacreditável: a concessão à iniciativa privada, com cobrança de pedágio, para concluir a duplicação e conservar a pista no futuro. A carta sugerindo a concessão foi protocolada no dia 10 de setembro, contendo a assinatura de dirigentes de 14 entidades, entre as quais a Federasul.
Prometida há duas décadas, a duplicação para e anda no ritmo das dificuldades financeiras do Estado. Está paralisada há um ano, sem perspectiva de conclusão até o final do governo de José Ivo Sartori. Na sexta-feira, durante a apresentação do Gaúcha Atualidade à beira da ERS-118, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Sapucaia do Sul, Ademir Sauthier, um dos signatários da carta, fez uma defesa veemente da concessão. Lembrou que, na prática, os usuários pagam pedágio na forma de gastos com o conserto de carros e caminhões danificados pelas péssimas condições da estrada. Em defesa do pedágio, as entidades empresariais argumentam que a região perde investimentos por falta de infraestrutura e que a duplicação pode garantir um novo eixo de desenvolvimento.
Motoristas que passavam pelo local paravam para relatar incidentes, acidentes e prejuízos sofridos em decorrência da buraqueira e da falta de sinalização. São colisões, atropelamentos, rodas quebradas, pneus furados e suspensão avariada.
O diretor-geral do Daer, Ricardo Nuñez, confirmou que, entre as alternativas em estudo para concluir a duplicação, está a concessão à iniciativa privada. O estudo deverá ser concluído até o final deste ano.
O principal obstáculo à inclusão da ERS-118 no programa estadual de concessões é o fato de o governo ter contrato em vigor com as empreiteiras que venceram a licitação para executar a obra. Duas delas estão em recuperação judicial. Além disso, será preciso compensar o poder público pelo que já foi investido na duplicação.